X

Bolsa

Bolsa, Câmbio, Finanças, Investimentos, Juros, Política
2016: um ano cheio de desafios
29 de dezembro de 2015 at 14:47 0

Feliz 2016

Feliz ano novo! É essa a expectativa tradicional de um ano vindouro sempre melhor do que o que passou. O ser humano é crédulo e se mantém vivo e forte pela esperança: sem ela já estaríamos mortos.

Mas, na nossa realidade, sem dúvida, o ano de 2016 será duro e difícil para todos os cidadãos brasileiros em todos os níveis sociais: pobres, dependentes do Bolsa Família, os da classe média, ricos, empreendedores, investidores. Todos, sem exceção, terão de trabalhar mais para preservar as conquistas importantes de toda uma década e que agora começam a escapar de nosso controle.

O primeiro desafio será o combate ao desemprego, que tende a crescer fortemente já no primeiro semestre e afetará toda a cadeia de consumo. Nos negócios em geral, deverá haver uma busca incansável por maior produtividade, através de redução de custos nas empresas e profissionais mais qualificados, dado que haverá grande oferta desse tipo de mão de obra no mercado.

Outro grande desafio será o controle da inflação, apesar do ambiente desfavorável em que teremos de trabalhar, com juros altos, consumo reduzido, repasses de câmbio e juros e aumentos de impostos para toda a cadeia produtiva até o consumidor final.

A fórmula de sobrevivência é simples: primeiramente redução de custos; depois,  aumento de produtividade via terceirização para reduzir a carga tributária, mais tecnologia, menos preocupação com aumento de market share, maior repasse de margem de lucro em uma economia que vai encolher pelo menos 8% acumulados no período 2015/2016.

A parte boa para o empreendedor será a via da exportação, beneficiada pelo câmbio e um mercado interno relativamente fechado pela cunha fiscal. Além disso, temos os preços administrados e contratos indexados de serviços, que fazem com que tenhamos pouca margem de manobra sobre a inflação.

O resumo disso tudo é parecido com um ônibus lotado que vem em alta velocidade e dá uma freada para evitar uma colisão. Já sabemos o que acontece: muita gente cai, alguns se machucam e os mais fortes se agarram onde podem e sobrevivem à freada.

Essa analogia é a simplificação de uma economia alavancada por empréstimos e alongamento de prazos e múltiplos de EBITDA de primeiro mundo em que teremos de fazer um ajuste para um ambiente moderado e recessivo, sem o apoio dos bancos governamentais, que terão de conviver com o custo maior da inadimplência.

Esses desafios serão parte do que já conhecemos, mas ainda existem as variáveis desconhecidas, que sempre podem impactar a vida das pessoas, como, por exemplo, o advento da Lava à Jato que, com a prisão de André Esteves, seu presidente, quase implicou a destruição de valor do BTG Pactual e, sem dúvida, gerou ainda maior perda de valor para o mercado, já que se trata do maior Banco de Investimento da América Latina.

Um ponto que se deve considerar é a manutenção do sistema financeiro num ambiente benigno, com seus principais participantes fortes e capitalizados, com um alto desenvolvimento bancário promovido pelo Banco Central no que se refere a um dos melhores sistemas de pagamento do mundo.

Em todas as economias que foram destruídas, seus principais bancos quebraram ou afugentaram os bancos estrangeiros através de governos populistas, como foi o caso de Argentina, Portugal e Grécia.

Quanto mais preservado for o sistema financeiro, mais forte e rápida será a retomada do crescimento, pois a economia é irrigada por esses agentes bancários. Esse é um ponto a favor do Brasil.

Tenho fé de que todos vão se preparar para a tempestade que pode vir, mas ela vai passar e o brasileiro, que sabe fazer isso, deve se  reinventar em todos os segmentos e níveis sociais. Nada ocorre em vão: vamos, pelo menos, ganhar mais consciência para escolher nossos governantes, pois é através do voto que faremos um país melhor sem nos deixarmos enganar por promessas fáceis e levianas. É com a qualificação do voto que chegaremos ao Olimpo.

Que todos tenham um feliz ano novo, cheio de esperança!

Saul Sabbá, Dezembro de 2015

Leia mais
Bolsa, Investimentos, Juros, Política
Um novo cenário inesperado.
3 de dezembro de 2015 at 14:20 0
crise
Está difícil fazer previsões econômicas e políticas, dado o fator de imprevisibilidade. Já começávamos a acreditar que estávamos começando a enxergar as variáveis possíveis, como comentei em outro artigo intitulado House of Cards, pois dentro do meu cenário sempre considerei a estabilidade financeira bancária, além das reservas cambiais como um diferencial na nossa crise que se aprofunda e, sem dúvida, entrará na "Hora da Verdade" no primeiro trimestre de 2016, com um aprofundamento e com acúmulo dos fatores externos que não ajudam em nada a situação.
Agora a crise será turbinada por mais desdobramentos alheios ao mercado. Mal recuperamos o fôlego sobre as notícias vinculadas à Lava-Jato e veio a notícia da aceitação por parte do Presidente da Câmara da abertura do processo de impeachment, que muda o quadro radicalmente. É certo que se desenham vários cenários, como já vínhamos comentando, de que a solução econômica passará pelo cenário político, cuja deterioração certamente acontecerá com a perda de mais um ou dois Investment Grades, em função do recrudescimento da crise no primeiro trimestre de 2016, apelidada pelos economistas de Hora da Verdade.
O que podemos esperar em relação a investimentos no curto prazo? Não está difícil apostar em uma nova alta do dólar, mesmo nestes patamares. Possivelmente poderemos vê-lo acima de R$ 4,50  já no primeiro trimestre de 2016. Quanto à situação dos juros está mais difícil de avaliar, pois o aprofundamento da recessão, quando poderemos considerar um possível PIB negativo no ano que vem por volta de até 3%, não deixa muitas opções de uma nova alta de juros, com a inflação em patamares parecidos com 2015. Uma grande dose de incerteza sobre os acontecimentos políticos, agora turbinados pela decisão de Cunha, poderá deixar o governo e o BC com pouca margem de manobra e refém da inflação em alta, desemprego em alta e aumento de déficits de todas as naturezas.
A economia será o ponto de inflexão para a presidente da República, pois a insatisfação popular será alimentada ou não pelos resultados econômicos que, em caso de piora - o que é muito provável, poderão incendiar novamente as ruas. Cunha jogou gasolina na fogueira.
Outro ponto grave é que, até então, os investidores estrangeiros efetivamente não retiraram recursos do país. Agora, em função destas variáveis internas e externas acima mencionadas, somadas à incerteza política dos nossos líderes e mais o que pode acontecer pelo lado da Lava Jato através das novas delações, serão geradas mais incertezas no mercado.
Os próximos capítulos de House of Cards mostrarão o clímax total a partir de agora, como já venho falando em outros artigos. A melhor solução será a resolução, pois o pior dos mundos seria nada acontecer.
Acho que vem chuva por aí, vamos procurar um bom abrigo para não levarmos um raio na cabeça.
Leia mais
Bolsa, Investimentos, Política
Fusões e negócios com estrangeiros disparam no Brasil em crise
27 de novembro de 2015 at 13:42 0

fusões e negócios

O dólar alto tem atraído para o Brasil investidores estrangeiros que enxergam, em meio à instabilidade política e econômica, uma oportunidade de obter rendimentos. Aparentemente as empresas estrangeiras estão apostando mais no Brasil do que as nacionais, como falei no meu artigo anterior sobre investidores estrangeiros que desembarcam no país atraídos pelo dólar.

Segundo a Pricewaterhouse, desde o ano 2000, é a primeira vez que as empresas internacionais fazem mais negócios com o país do que as locais. Basta vermos o número de grandes fusões que aconteceram ultimamente, como por exemplo a Coty que comprou a Hypermarcas. A Price diz que em 2015, já foram fechados por estrangeiros 285 negócios de fusões e aquisições no Brasil, o que significa 5% a mais do que 2014. Já os negócios brasileiros representam 26% a menos do que no mesmo período do ano passado, sendo 275 negócios neste ano.

O que preocupa é que este ano foi péssimo para o mercado de capitais em geral. Aqui dentro as nossas empresas têm sentido o forte impacto da inflação e da instabilidade econômica, enquanto – apesar do entusiasmo – os investidores estrangeiros foram impactados com a nossa perda de grau de investimento pelas agências de rating, a economia chinesa e a perspectiva de alta dos juros americanos.

A queda nos negócios este ano, representam 35% em relação ao ano passado. A Bovespa, a BM&F estão trabalhando com um volume inferior. O pior desempenho desde 2008, quando a crise internacional estava no auge. Todas as transações foram afetadas, incluindo renda fixa, debêntures, CRIs e FIDCs.

O que podemos ver é que foram feitas mudanças para fortalecer o mercado de capitais, que tem sido uma alternativa de crédito para empresas. Mas ainda a maior fonte de renda para empresas abertas tem sido o mercado internacional. E temos agora a padronização das debêntures, que podem ser uma saída, com maior liquidez.

A aquisição da Alpargatas pelo grupo J&F na segunda-feira por R$ 2.6 bilhões mostra que o mercado nacional ainda se movimenta, mas para quem acostumou a ver empresas brasileiras em constante expansão interna e externa, como a compra do Burger King ou da Budweiser, o momento atual é de angustia.

Os boatos de que mais uma agencia reduzirá o rating nacional contrastam com as expectativas de que o Brasil saia da recessão na metade do ano que vem. Como eu já disse antes, ao investidor sábio e preparado resta uma única estratégia: esperar e observar com calma, para não ser pego desprevenido e ficar atento para fazer bons negócios que aparecerem.

Leia mais
Bolsa
A possível fusão das bolsas
5 de novembro de 2015 at 09:59 0

bolsas

Onde há fumaça, há fogo. Por enquanto a notícia de uma possível fusão entre a BM&FBovespa e a Cetip é apenas boato, o que obviamente não poderia ser confirmado dado que nestas negociações o sigilo é fundamental, mas a experiência diz que quando vaza para a imprensa é porque algo está acontecendo.

A Bovespa e o Cetip trabalham com operações distintas e concorrem somente no segmento de renda fixa que hoje, cada vez mais, tende a aumentar dado o ambiente macroeconômico. Já por outro lado, o Equity tem caído cada vez mais pela mesma razão.

Pessoalmente não vejo com bons olhos a fusão, pois o mercado hoje já carece de uma maior competitividade e de produtos inovadores. Ao longo dos anos a Bovespa, como empresa de Cia aberta, não deu grandes contribuições neste campo além do fracasso de incremento de investidores na bolsa de valores. Ao longo de 5 anos de operação nesta etapa em que a Bovespa se encontra hoje, o número de investidores se mantém congelado, por volta de 500 mil.

Sem dúvida que a BM&FBovespa foi um bom negócio para seus acionistas, mas para corretores e empresas listadas tenho minha dúvidas e, para confirmar, basta ver a quantidade de Corretoras que fecharam as portas. O crescente fechamento de capital e cancelamento de registro de empresas listadas falam por si só. As mais significativas foram a Corretora Souza Barros, com 50 anos de atividade e a Cia. Souza Cruz que anunciou fechamento de capital.

A última vez que me recordo de uma compra e aquisição, foi a da SOMA, sociedade entre operadores mercado de acesso, que tinha como objetivo um modelo de plataforma nos moldes do  NASDAQ e seria o acesso para pequenas empresas de middle market e startups de tecnologia. Até hoje a Bovespa não conseguiu fazer decolar através do Bovespa Mais, criado para substituir a SOMA, um modelo que funcionava e que foi comprado, enterrado e está até hoje escondido em uma gaveta qualquer. Meu receio é que o Cetip seja descaracterizado totalmente, pois com em razão do seu tamanho e da forma que opera o engavetamento não é uma opção viável.

A fusão poderia ser considerada boa, mas para quem? Para o mercado com certeza não, pois corremos o risco de termos um monopólio, com uma só bolsa fazendo as duas atividades. Nós já vimos este papo de mercado grande e único. Para que e por quê?

Na realidade não está faltando dinheiro para investimentos nas duas bolsas, mas sim uma gestão direcionada mais ao mercado, além de produtos mais condizentes com a nossa realidade, resolvendo o acesso de pequenas e médias empresas que hoje só têm o mercado de renda fixa e o crédito para acessar.

É muito pouco ainda termos na Bovespa apenas 500 mil, quando a meta eram 5 milhões de investidores pessoa física, em 10 anos.

Leia mais
Bolsa, Câmbio, Finanças, Investimentos, Juros, Política
Inflação x Empresas
3 de novembro de 2015 at 17:44 0

inflação

Os jornais de hoje mais uma vez trazem a o cenário de como a crise política está afetando a economia brasileira. Segundo alguns especialistas, essa crise política afeta mais os mercados do que a crise econômica em si, já que a desconfiança se traduz em inflação no patamar de 10% e a taxa de câmbio no absurdo patamar de R$ 4,00.

Sobre a inflação as estimativas continuam a piorar, de acordo com o boletim Focus, do Banco Central (BC). O IPCA este ano subiu de 9,85% para 9,91%. Para 2016, avançou de 6,22% para 6,29%. O Banco Central prevê manter as taxas de juros estáveis em 14,25 pelo menos até julho/2016, apesar da alta da inflação. Já o mercado tem visto esses números como otimistas, acreditamos em uma alta maior do que a estimada pelo governo.

Por causa da inflação e da alta do dólar, muitas empresas estão extremamente endividadas e, para não quebrarem ou evitarem demissões, estão negociando rolagem nos pagamentos dos compromissos firmados com os bancos e o perdão no descumprimento de algumas cláusulas contratuais. As instituições financeiras, por sua vez, estão fazendo de tudo para evitar a inadimplência.

Já o preço do dólar é uma oportunidade para que investidores estrangeiros apostem no mercado nacional. Concordo com as opiniões de que o Brasil está muito barato, em termos de mercado, e investir agora no Brasil é ter a possibilidade de retorno muito alta.

As startups brasileiras de tecnologia, por exemplo, perderam em 4 vezes o poder de compra, entretanto o investimento em dólar está em apenas 1 quarto do que costumava ser. Acredito que os investidores que têm condições de aplicar no mercado brasileiro devem vir, dentro dos próprios critérios estabelecidos, pois quando a crise política se resolver, certamente todos nos beneficiaremos.

 
Leia mais
Bolsa, Investimentos
A nova classificação dos fundos imobiliários facilitam para o investidor
28 de outubro de 2015 at 15:33 0

facil para investidor

Os fundos imobiliários tiveram uma das melhores posições dentre as opções de investimentos no primeiro semestre deste ano, mas nos últimos meses houve uma piora neste mercado também.

Dentro da indústria, há vários tipos de fundos imobiliários, com características específicas e muito diferentes entre si, mas que não são classificadas de forma a atrair e facilitar para o investidor a compreensão das vantagens e dos riscos. Hoje, o investidor precisa ler todo o regulamento completo de uma carteira para poder saber os riscos.

Mas a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) elaborou, pela primeira vez, um retrato com os dados do mercado de fundos imobiliários que entrou em vigor no dia 1º de outubro. Essa classificação envolve um total de 234 carteiras, das quais 124 possuem cotas negociadas na BM&FBovespa. O levantamento desses dados tem a intenção de melhorar o processo de seleção dos investidores, esclarecendo a eles exatamente que tipo de negócio estão comprando.

Na minha opinião, a classificação vai funcionar como educação financeira, pois o investidor vai conseguir entender que há vários tipos de fundos imobiliários dentro da indústria, por exemplo.

Eu defendo muito a entrada de mais pessoas físicas no mercado de investimentos e sei que uma das maiores barreiras é a falta de conhecimento. Acredito que essa classificação possa ajudar bastante a atrair este tipo de investidor.

O número de pessoas físicas que detêm cotas de fundos imobiliários é estável, mas neste mês de setembro verificou-se uma diminuição em relação a dezembro do ano passado: 90.242 hoje, contra 92,7 mil de dezembro.

É importante que o investidor saiba que os fundos imobiliários ainda estão com rendimento acima da inflação e, embora também esteja sofrendo os efeitos da crise, muitas classes ainda poderão ter vantagens.

Quem quiser acessar os documentos da nova classificação da Anbima, pode acessar AQUI.

Leia mais
Bolsa, Câmbio, Finanças, Investimentos, Juros, Política
Agenda apertada
30 de setembro de 2015 at 18:57 0

agenda apertada

A desarrumação na economia, pela alta abrupta do câmbio em curto espaço de tempo, vai trazendo consequências por parte, principalmente, do endividamento das empresas que tomaram recursos através de corporate bonds, fazendo com que as mesmas tentem a recomposição de caixa para fazer frente ao aumento dos encargos da dívida.

A Petrobras anunciou o aumento dos combustíveis com este objetivo, pois é uma das empresas mais endividadas do mundo e ela precisa de recomposição de caixa. Fala-se em 6.5 bilhões! Sem dúvida o mercado gostou, pois além de dar uma clara sinalização de certa autonomia operacional, apesar de inflacionário esse aumento, se tem a percepção de que não deverá impactar tanto nos repasses, pela fraca demanda.

Até nisso temos uma situação esdrúxula, pois o petróleo está nos níveis mais baixos no mundo e mesmo assim precisamos aumentar o preço internamente. Este é um dos efeitos da alta do dólar sobre o endividamento, que acaba sendo do descolamento de preços das commodities pela necessidade de caixa. Neste ponto poucos poderiam fazer o mesmo, pois a concorrência atuaria como regulador de preço. Enfim, é o que temos de melhor.

Continuo apostando no tema que citei outro dia no artigo "remédio amargo", que é a questão da CPMF que acabará passando no Congresso pela goela abaixo, pois o tempo é curto e não existe outra proposta na mesa para fechar as contas do orçamento.

Além do mais, na situação atual, acredito que nem um outro governo (caso viesse) teria tempo para implementar alguma medida de eficácia real. Basta ver que o ministro Levy não muda a conversa na sua peregrinação, afirmando que este é o plano A e o B e o C. É o que tem na mesa, pois de fato corte de custo tem uma dificuldade maior. Sabemos que precisa de um prazo maior para implementação, além de cortes sempre poderem ser contestados juridicamente pelas classes que não querem perder seus direitos. Pode ser que eu me engane, mas daqui a pouco a grande maioria aceitará o CPMF como um mal menor e não como o maior.

Além disso, a redistribuição de cargos nos Ministérios para o PMDB passa a sensação de que a presidenta se fortalece contra o cenário de impeachment, pois essa questão está justamente nas mãos do PMDB. Assim, também a substituição do Ministério da Casa Civil, é uma demanda de parte do PMDB e do próprio ex presidente Lula por um político de maior aceitação pelo PMDB. A agenda política e econômica está bem apertada para o Executivo, pois corre contra o relógio inclusive para mostrar uma sinalização ao mercado de que a crise está sendo administrada ativa e não passivamente, pois ainda tem as agências de risco rondando os novos rebaixamentos de risco.

Esses próximos dias serão cruciais para a agenda política econômica que pode vir marcada por novas surpresas. Quem sabe a luz no final do túnel não seja um trem na contramão.

Leia mais
Bolsa, Investimentos, Juros, Política
O endividamento das empresas
29 de setembro de 2015 at 13:12 0

endividamento das empresas

As empresas brasileiras estão vivendo um momento extremamente delicado. O endividamento está chegando a níveis insustentáveis. Isso quer dizer que não conseguem manter o fluxo de caixa – a saída de dinheiro está bem maior do que a entrada.

Segundo matéria que li no Valor, uma das agências de risco que faz as análises do grau de investimento dos países, a Fitch, calcula que a alavancagem média das empresas brasileiras deve fechar o ano em 4,5 vezes. E isso coloca em estado de alerta máximo todo o mercado financeiro, desde os analistas aos investidores. Para alguns outros pesquisadores, o endividamento x o lucro das empresas já está em 5 vezes. Ou seja: as empresas devem 5 vezes mais do que estão lucrando. O risco de insolvência das empresas que estão neste nível de endividamento é muito grande. A desvalorização do Real, em 12 meses, já chegou a 70%. Isso significa que as empresas que tem dívidas em moeda estrangeira está com a capacidade de 1/3 do pagamento dessas dívidas. Isso gera a incerteza do mercado que para de investir nas empresas brasileiras. É uma bola de neve que não para de crescer, com os juros e o dólar em disparada e a possibilidade da perda real do grau de investimento pelas outras agências. O governo precisa encontrar uma saída urgente, além dos ajustes fiscais, o corte de gastos e, quem sabe, a venda de ativos, para controlar esse cenário antes que ele fique pior. Os números de desemprego assustam. Os empresários e as famílias brasileiras estão todos no mesmo barco da crise política e econômica pela qual estamos passando. Vender os ativos, com preços atrativos (pelo fato da valorização do dólar), pode ser uma saída inevitável para atrair novamente os investidores estrangeiros e voltarmos a crescer.
Leia mais
Bolsa, Investimentos
Cadê as LCA’s e LCI’s que estavam aqui?
29 de junho de 2015 at 11:25 0
money-1456640-1280x960 Luciana Seabra | De São Paulo As letras de crédito, isentas de imposto de renda, viraram artigo raro. É só aparecer na prateleira dos distribuidores que somem em poucas horas. Tanto as plataformas on-line voltadas para o varejo quanto os alocadores de fortunas têm rebolado para atender à demanda crescente dos clientes enquanto a falta de lastro impede o aumento da oferta. Difícil encontrar um substituto perfeito para as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs). Outros produtos isentos e os tradicionais Certificados de Depósito Bancário (CDBs) estão na fila. "Em duas horas acaba o lastro que o emissor disponibiliza. Você põe na plataforma e some", diz Bruno Carvalho, gerente de renda fixa da Guide Investimentos, que oferece títulos e fundos por meio de uma prateleira on-line. "Independentemente do tamanho da instituição, vimos uma redução da oferta", afirma Richard Ziliotto, sócio da gestora de patrimônio Taler, que acompanha o mercado diariamente em busca de ativos para compor o portfólio de clientes de alto patrimônio. Ao entrar em contato com os emissores, alocadores e distribuidores recebem principalmente a justificativa da falta de lastro. Em tempos de economia fraca, ficam mais escassas as operações de crédito imobiliário que servem de base à estruturação de LCIs. No caso das LCAs, além do crescimento mais fraco, produtores rurais sofreram com condições climáticas desfavoráveis e uma greve de caminhoneiros agravou o escoamento da produção, aponta Carvalho. Sem o lastro, é impossível estruturar as letras. Outra justificativa para emissões menos fartas é uma parada técnica, um período de adaptação às novas regras do Conselho Monetário Nacional (CMN), divulgadas em maio. O prazo mínimo de vencimento e resgate de LCIs e LCAs foi ampliado para 90 dias. Até então, não havia restrição para LCAs e, no caso de LCIs, o prazo era de 60 dias. Além disso, há novas diretrizes para as operações que podem servir de lastro às letras. As mudanças começam a aparecer nos números. Na comparação da primeira quinzena de junho com o mesmo período de maio, o volume de emissões recuou 36%, para R$ 14,1 bilhões, conforme mostrou reportagem do Valor com base em dados da BM&F Bovespa e da Cetip, responsáveis pelo registro das operações. Os reflexos das regras do CMN vão ficar mais claros ao fim de junho, diz Carlos Ratto, diretor-executivo da unidade de títulos e valores mobiliários da Cetip. Ele espera um efeito especialmente sobre as operações de LCAs. Sem prazo mínimo, conta, o instrumento era usado por pessoas jurídicas para operações de curtíssimo prazo, hoje impossíveis, já que, ao contrário dos outros tipos de investimento, a letra não pagava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Com a pressão da demanda, os prêmios também encolheram. A redução de retorno em relação aos tempos áureos, quando comparados papéis de mesmo prazo, aproxima-se de dez pontos percentuais do CDI segundo os distribuidores. Os prazos também estão mais longos. A determinação do CMN impede vencimento em menos de três meses, mas, na prática, prazos inferiores a seis meses estão ausentes nas plataformas. "Hoje em dia grande parte dos títulos isentos é para prazo superior a um ano", diz Bruno Saads, responsável pela área de produtos de renda fixa da XP, dona da maior plataforma on-line do mercado. E não há alívio no horizonte. Na conversa com os emissores, em grande parte bancos médios, Saads diz que o indicativo é de um crescimento real da carteira de crédito negativo, ou seja, menor do que a inflação. O freio na oferta de letras de crédito começa a criar uma legião de órfãos. São investidores que querem retorno farto, mas sem correr muito risco. Alocadores e distribuidores testam a demanda por outros produtos, como os tradicionais Certificados de Depósito Bancário (CDBs), que ressurgem nas plataformas. A Órama, que nasceu como uma prateleira de fundos, colocou CDBs em sua plataforma on-line pela primeira vez neste mês. Os bancos de médio porte começam a oferecer CDBs, ainda que de prazo mais longo, com taxas mais agressivas, segundo Sandra Blanco, consultora de investimentos da plataforma on-line. Um papel incluído na prateleira da casa, emitido pelo Banco Máxima, por exemplo, paga 116% do CDI em 363 dias. A diferença para as letras é que aqui incide o imposto de renda, regressivo com o avançar do prazo. Nesse caso, vale a alíquota de 17,5%, o que torna esse CDB equivalente a uma LCI de mesmo prazo que paga 95,7% do CDI. A principal semelhança do certificado com as letras é a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que assegura ao investidor até R$ 250 mil por instituição investida, em caso de default. Essa garantia pode ser o caminho para os CDBs recuperarem seu reinado, ameaçado pelo advento das LCIs e LCAs. Para se ter uma ideia, o estoque de certificados na Cetip encolheu 13,2% de maio do ano passado para o mesmo mês deste ano. Certificados de recebíveis imobiliários e do agronegócio (CRIs e CRAs) poderiam ser vistos como substitutos naturais às letras, por conta da isenção de imposto. Os prazos, entretanto, são mais longos, em geral de pelo menos três anos. Além disso, são produtos mais complexos, que não contam com a segurança do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que devem passar por uma avaliação mais criteriosa do projeto e dos agentes participantes, como custodiante e securitizadora. "É menos confortável para o investidor", diz Ziliotto, da Taler. Ratto, da Cetip também não vê CRIs e CRAs como o próximo alvo dos investidores pessoa física. "O caminho natural, se por acaso não tiver mais lastro para LCIs e LCAs, é o do CDB", diz, apontando para o fato de os dois terem base em risco bancário. A gestora de fortunas GPS, do grupo Julius Baer, tem percebido a escassez de letras, o que inviabiliza a renovação de todos os papéis que vencem nas carteiras de clientes. É reticente, entretanto, em relação à maior oferta de CDBs. "Banco que aceita pagar 120% do CDI ou mais em uma captação já é por natureza de pior qualidade", diz Marcelo Urbano, responsável pela área de crédito da GPS. Urbano lembra que quem conta com o FGC pode levar alguns meses para reaver o valor investido, sem correção, no caso de default. Além disso, ao travar os recursos em um CBD, diz, o investidor pode perder oportunidades com melhor remuneração no meio do caminho, até mesmo em títulos prefixados e NTN-Bs, que pagam uma taxa prefixada mais a variação da inflação. O fato é que a missão de encontrar um ativo para ocupar o lugar das letras é inglória. "No mesmo nível de risco/retorno, não vejo como substituir", diz Urbano. A regra, considera, é diferenciar o bolo que deve ficar líquido do que pode ser imobilizado por mais tempo. Para o primeiro montante, se não for possível contar com as letras, o caminho são os tradicionais fundos DI de taxa baixa. Para a segunda fatia, a solução é buscar ativos mais sofisticados e, assim, mais rentáveis. Nesse segmento que exige mais análise, há boas oportunidades, segundo Urbano, que seleciona ativos de crédito para clientes de alto patrimônio. "Nunca trabalhei tanto na minha vida." Para quem tem capacidade de selecionar ativos e não simplesmente confiar nas agências de avaliação de risco, Urbano espera que surjam CRIs e CRAs atraentes. Outra opção, aponta, são as debêntures de infraestrutura, que também não sofrem a mordida do Leão e financiam um setor que o governo pretende promover nos próximos anos. Um impeditivo é que o mercado secundário de CRIs e CRAs ainda é muito incipiente, diz Saads, da XP. Para os adeptos das letras, a casa tem sugerido CDBs para prazo de um a dois anos, com taxa entre 115% e 120% do CDI, e também títulos públicos. Como existe a expectativa de um ajuste nos juros embutidos nos papéis para baixo, há a perspectiva de ganho de capital. NTN-Bs com vencimento em 2018 são uma pedida. Para os mais conservadores, a receita é títulos pós-fixados e fundos DI. O que Saads ainda não viu foi o investidor das letras topar migrar para ativos de maior risco, como ações.     Essa matéria pode ser lida também no site do Banco Máxima, presidido por Saul Sabbá.  Acompanhe também as redes sociais de Saul Sabbá. Facebook Saul Sabbá Twitter Saul Sabbá
Leia mais
Bolsa, Investimentos
Saul Sabbá fala sobre os novos desafios para o crédito imobiliário no Brasil.
8 de junho de 2015 at 13:50 0

working-1-1056630-1277x447

Ao reduzir os limites de financiamento de imóveis usados para 50% de seu valor, ao mesmo tempo em que preserva áreas no campo social e de desenvolvimento, como o Minha casa Minha Vida e o Plano Empresário, a Caixa Econômica Federal (CEF) nos dá importantes sinalizações. A primeira é a de exaustão de um modelo em que o bando – maior e mais importante player nacional - financiava todo o segmento imobiliário como se tivesse recursos infinitos. Agora vai trabalhar com orçamentos de funding limitados e focar em suas prioridades.

Atualmente, a maior parte dos recursos destinados ao crédito imobiliário vem da Caderneta de Poupança, fonte de captação mais barata que as outras. A partir de agora assistiremos à Caixa Econômica Federal acessando estruturas alternativas do mercado de capitais, como LCI’s, CRI’s e fundos imobiliários, o que de certa forma já vem ocorrendo.

A restrição no crédito imobiliário da Caixa ocorre após a poupança ter registrado uma saída líquida (retirada menos depósitos) de R$ 11,43 bilhões em março, a maior fuga de recursos de aplicação para todos os meses. Quando a captação da poupança é reduzida, os recursos para empréstimos ficam mais escassos.

No primeiro trimestre de 2015, foram destinados R$ 24,1 bilhões à compra e construção de imóveis, um resultado 4,6% abaixo do verificado no mesmo período do ano passado. Os imóveis usados representam a maior parte dos financiamentos feitos no país.

A mudança certamente terá impacto para o comprador de imóveis usados. Com menos oferta de crédito barato, ele terá de recorrer a outros bancos caso precise financiar mais de 50% da sua compra, e pagará taxas bem mais salgadas. Os seis maiores concorrentes da Caixa já informaram que, por ora, continuarão financiando até 80% do valor do imóvel.

Cabe lembrar que, além do crédito mais caro, o cenário é de patamares de juros da economia elevados e inadequados para o longo prazo, com alto nível de vacância nos imóveis comerciais em função do desaquecimento econômico e elevados estoques imobiliários nas mãos das grandes e médias construtoras.

Tudo isso gera descasamento entre oferta e procura e já provoca a correção de preços, que está se cristalizando sob a alcunha de “venda forçada”.

O mercado especializado de créditos utiliza parâmetros de avaliação técnica em que considera os valores históricos dos últimos negócios e outros indicadores que permitem calcular quanto valeria aquele ativo em condições de mercados normais.

Essa venda forçada faz com que, hoje, existam descontos que cheguem a 30% - ou até mesmo 40% - no caso de grandes incorporadoras, que estão fazendo negócios no atacado para se desfazer dos estoques e gerar caixa.

Os preços dos imóveis têm uma correlação muito forte com a oferta de crédito. O ajuste já começou e poderá perdurar até que o ambiente macroeconômico do país comece a se desenhar de forma que inspire mais confiança e traga o consumidor de volta para o lado da demanda.

Quer saber mais sobre Saul Sabbá? Acompanhe suas redes sociais:

Facebook Saul Sabbá

Twitter Saul Sabbá

Acompanhe também no canal do YouTube do Banco Máxima Saul Sabbá falando sobre o mercado imobiliário.

Saul Sabbá fala sobre crédito imobiliário e as novas exigências da Caixa Econômica Federal

Fonte: Matéria divulgada no jornal Brasil Econômico

Leia mais