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inflação

Investimentos, Juros, Política
A encruzilhada dos juros
21 de outubro de 2015 at 17:36 0

juros

A penúltima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central de 2015 é hoje e não acredito que teremos grandes surpresas, pois a agenda econômica ou da política monetária está a reboque das agendas políticas.

Acredito na manutenção dos juros, até porque a percepção de aumento da SELIC agora teria pouco ou nenhum benefício efetivo de contenção da inflação, que já beira os 10% este ano e possivelmente ficará bem longe da meta estabelecida pelo BC para 2016, que eu estimaria entre 7% a 8%.

Um aumento de juros no momento atual, em que estamos perto de 3% de PIB negativo e aumento acelerado de desemprego, faz com que o Copom fique em uma encruzilhada no que se refere ao objetivo principal do modelo de Meta de Inflação ou Target Inflation - como é mais conhecido.

O aumento de juros é feito com objetivo de ancorar as expectativas futuras da inflação, que é 5,4% pelo BC (mas o mercado já estima em 6,72%) para 2016 e 4,6% para 2017. Dentro deste cenário o BC só terá duas escolhas daqui para frente:

1)    Aumentar os juros, como manda o figurino: acho pouco provável, pois o efeito de desaquecimento da economia, que já é muito grande, só traria mais perda de arrecadação além da percepção de um rombo maior no déficit orçamentário e, com certeza, acabaria impactando em aumento de dívida/PIB trazendo questionamentos indesejáveis sobre a real capacidade de endividamento da União.

2)    Em futuro próximo, poderia aumentar a meta de inflação: 5,5% 2016 estaria num patamar mais realista, pois a banda alta poderia ir até 7%, pelo que estamos podendo enxergar hoje.

Assim, o que se pode esperar do BC em relação ao Copom é, através do relatório, dar mais discloser para o mercado de que a situação continua sendo bem administrada e sob controle, apesar dos problemas sazonais que têm induzido a alta da inflação. Como exemplo, o reajuste cambial nos preços, além dos preços administrados e, assim, com uma visão mais realista do que se pode fazer diante de um intrincado quadro político que lhe dá pouca margem de manobra.

O BC sabe que sem uma política fiscal austera ficará difícil trabalhar somente com os instrumentos clássicos: juros, câmbio e restrição de crédito.

Com tudo isso, criou-se uma expectativa dos mercados não em relação ao aumento de juros, mas sim em relação ao modelo de Target Inflation.

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Juros, Política
Meta de inflação
6 de outubro de 2015 at 16:41 0

meta da inflação

O tema da inflação está ressurgindo nos debates econômicos. Os modelos discutidos pelas diferentes linhas de teorias econômicas, tanto a ortodoxa como heterodoxa, têm dado o tom das possíveis soluções para atual crise econômica. Qual seria o modelo ideal? Aumento de juros, controle cambial, diminuição de juros para aumentar a atividade econômica, aumento de impostos para fechar o orçamento e por aí vai.

 Nesse domingo uma economista chamada Monica Baumgarten, do Instituto Peterson de Economia Internacional, propôs voltarmos para o modelo de âncora cambial com âncora fiscal abandonando a meta de inflação, pois segundo a matéria podemos ter inflação na ordem de até 20% a.a. caso não consigamos arrumar a casa. Sem dúvida começam a aparecer as mais variadas teses econômicas e de diversas correntes, que só aparecem em função da incógnita sobre o futuro. Inicialmente vamos NÃO pensar nessa hipótese.

O modelo de target inflation, ou meta de inflação, é um modelo baseado nos instrumentos clássicos da política monetária através de juros, dívida pública e câmbio. Estes instrumentos que são utilizados pelo BC fazem o controle da demanda de consumo e são os indutores de expectativas projetadas no comportamento dos mercados, como maior ou menor liberdade de compulsórios de bancos para aumentar a base de crédito na economia, além de outras ferramentas econômicas de maior ou menor calibre, como também até mesmo o controle cambial quando se faça necessário. O nosso modelo era uma mistura dos dois: ortodoxo e o heterodoxo, sendo o BC fazendo o ortodoxo e o ministro Mantega o heterodoxo. Agora parece o modelo foi unificado com o Ministro Levy.

Realmente é difícil de imaginar que as coisas dessem certo em relação ao controle da inflação, pois não se combinam tanto na tese econômica como no resultado, porque a política econômica não tem uma grande efetividade no controle quando as portas do crédito são abertas por outras vias, principalmente por subsídios diversos e aumento considerável de estímulos de aumento de consumo.

Não existe vencido nem vencedor em teoria econômica, pois elas funcionam quando são aplicadas em momentos corretos. A teoria econômica mais ortodoxa serve para dar âncora ao desenvolvimento, se colocada em momento adequado.

O risco atual de termos um repique de inflação acima das expectativas ou das previsões é real, pois o fator do imponderável cenário político embute um risco de perda de eficiência da política monetária como política de controle.

Como assim? A maioria dos economistas acredita que a inflação deverá cair com o baixo consumo: além da queda da renda, o aumento do desemprego propiciam uma maior queda na demanda. Diria que este é um cenário básico e bem racional, caso as coisas se arrumem no campo político.

Necessariamente a baixa demanda não garante queda na inflação, basta ver a economia dos hermanos argentinos em que o tamanho foi reduzido a um terço do PIB ao longo dos anos de devaneio econômico da era Kirchner, mas a inflação real se mantém acima dos 20%, pela falta de elasticidade na demanda de consumo, além das restrições e das dificuldades da economia de mercado atuarem em contraponto ao aumento de preço. Tanto lá como aqui, somos das economias que mais protege as suas indústrias via Impostos de Importação e outras barreiras comerciais.

Os mercados já precificaram os juros e o dólar, mas ainda não a inflação, aí o IPCA, IGPM e outros indexadores poderão se tornar uma boa opção para efeito de investimento. Acredito que os juros deverão se manter ou subir na margem caso o cenário seja de controle da situação e do câmbio. Neste ponto as medidas ortodoxas poderão ter baixa eficiência em controlar a inflação via aumento de juros, sem gerar mais déficit e aprofundamento da recessão.

Eu penso que teremos tanto o IGPM como o IPCA surfando em índices parecidos com 2015, perto da casa de dois dígitos.  Os mercados trabalham com estimativa de 5,5% a 6% e a meta de inflação que o governo trabalha ainda está em 4,5% para 2016.

Todos os impostos, CPMF, CIDE, aumento de combustíveis e etc, de uma forma ou outra virão e são inflacionários, pois serão repassados aos preços finais. Máxi cambial + aumento de impostos = mais inflação. Tomara que a fórmula esteja errada.

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