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Finanças, Investimentos, Política
Crise e grandes oportunidades de investimentos
12 de agosto de 2015 at 13:14 1

post_blogdosaul12_08Ninguém ainda duvida que já convivemos com uma crise instalada, que obviamente começa a ser sentida em níveis diferenciados em todas as faixas de renda.

A tendência é a de que, de novo, haja uma distância maior entre a renda média de cada uma das classes sociais. Deverá ocorrer um retrocesso de 15 anos em alguns setores, mas devemos manter o principal, que é a continuidade democrática que nos protege e não deixa nenhum tipo de poder ter o domínio absoluto, como acontece em outros países da América Latina. Essa manutenção do estado democrático é fundamental para quem investe no país, pois aqui o Congresso legisla, o Senado aprova ou não e os tribunais funcionam. Além disso, outros poderes subordinados – como a Procuradoria e a Polícia Federal – não aceitam passivamente o controle do Executivo.

No campo das oportunidades de investimento e negócios, pode haver um momento bem promissor em alguns setores: a indústria de fusões e aquisições, por exemplo, deve voltar a ser muito ativa e será impulsionada pela restrição de crédito em todas as áreas.

É preciso evitar o pessimismo exagerado, que restringe a capacidade de olhar e analisar ativos que podem, num curto espaço de tempo, tornar-se grandes oportunidades de investimento.

Assim, é importante direcionar o foco. Inicialmente, é necessário lembrar-se de que as pessoas continuam a consumir para viver. Elas ainda têm necessidades de adquirir vestuário, trocar de carro, de moradia e até mesmo de investir para manter os negócios rentáveis ou aproveitar espaços de mercado que se abrem quando competidores com estruturas de gestão inadequadas e alto índice de alavancagem tornam-se inviáveis.

Um dos setores em que esse cenário se verifica é o imobiliário, justamente uma área em que o investidor pode se ancorar com menor risco institucional, já que estará lidando com ativos reais que, historicamente, têm um ciclo mais fácil de entender.

Além disso, com o advento da alienação fiduciária, estabeleceu-se uma estrutura de garantia que facilita a retomada do imóvel quando há inadimplência e que dá suporte para que a indústria não perca o giro de crédito mínimo que é necessário para o sistema como um todo rodar. Também é preciso considerar que sempre haverá preço para ativos estressados ou com renda ou via permuta, pois imóveis são ativos reais que servem de proteção de capital em tempos de inflação alta.

Caso o projeto de lei de repatriação de capital que está em tramitação no Congresso seja aprovado, o setor imobiliário deve ser o que mais capital vai atrair, aproveitando as oportunidades de preços para aquisição de todo tipo de imóvel. Para conseguir um reforço de caixa de R$ 20 bilhões neste ano, o governo federal anistiaria quem tem recursos não declarados fora do país na sua repatriação, mas ficaria com 35% (17,5% de Imposto de Renda e 17,5% de multa).

Seja como for, a avaliação de um bom negócio na área imobiliária tem como parâmetro o metro quadrado para construção, um valor que não deve cair muito, já que esses preços variam conforme a cotação do dólar – que tende a ser manter num patamar elevado -, além de sofrer influência dos preços administrados (energia, água etc) e dos insumos do mercado externo e interno (cimento e ferro, dentre outros).

Isso significa que o investidor deverá ter oportunidade de adquirir ativos por preços bem interessantes, principalmente se tiver possibilidade de repatriar reais em um momento de dólar em alta. Essa combinação pode resultar em descontos formidáveis!

Esse rol terá, ainda, setores que trabalham com a demanda ligada ao consumo de baixo valor agregado, pois quando começa o achatamento na renda da população via perda de poder aquisitivo e inflação, o usual é o nível e a qualidade do consumo caírem. Do filé para alcatra, do peito de frango para a asa, ocorre um downgrade nos hábitos do consumidor: ele não some, só migra.

Existem ainda os setores que devem ficar no final da fila, como, por exemplo, os de infraestrutura e óleo e gás. O primeiro, por questões estruturais, exceto no que se refere às concessões já realizadas de aeroportos, portos e rodovias em que o risco é bem menor. Já os grandes projetos de energia devem penar com o alto custo da burocracia brasileira que, ao contrário do que ocorre no setor imobiliário, foge a qualquer tipo de controle, dada a necessidade de uma série de licenças ambientais e de construção, entre outras, que dependem do emaranhado burocrático em que vivemos e que é incompatível com a realidade do país. A não ser que se criem condições de certificação de construção para que os projetos possam ser efetivados, é quase impossível ter bons resultados nesse segmento.

Naturalmente não se consideraram aqui opções óbvias, como aplicar em renda fixa e títulos pós-fixados indexados à inflação e dólar, que têm um movimento errático baseado em notícias políticas e no desenrolar da crise, de acordo com a deterioração ou melhora do ambiente econômico.

A renda variável também pode vir a apresentar algumas alternativas interessantes, mas depende mais do cenário político do que do econômico, já que fazer análises apenas com base nos balanços das empresas será bastante difícil.

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Política, Tecnologia
Todos pelo Uber
11 de agosto de 2015 at 14:38 1

post_blogdosaul11_08Outro dia, chegando ao Rio (cidade em que nasci), me deparei com uma greve dos taxistas e com um caos no aeroporto Santos Dumont pela falta de transporte. E, para variar, quem ficou prejudicado foi o usuário olhando aos guardas municipais que multavam os carros que pudessem tirar os passageiros do sufoco. Isso já se tornou uma rotina e desrespeito ao consumidor. O que mais me impressionou foi o apoio da Secretaria de Trânsito à greve e ao bloqueio de uma  das vias principais, o Aterro.

Dentro desta queda de braço mundial nas principais cidades onde o Uber atua, o problema é quase sempre o mesmo: culpar o sistema de livre arbítrio, de escolha do usuário por uma condução decentemente melhor.

O choque de mercado está chegando principalmente para as categorias que tem uma forte concentração de mercado: a categoria de táxis que, em sua maioria é de corporações e cooperativas, acaba sendo controlada de uma forma indireta.

Gostaria de entender por que é ruim o Uber, ou outra Companhia assemelhada, onde o motorista tem carteira profissional e paga seus impostos quando recebe a sua remuneração. Poder trabalhar e prestar um serviço melhor à comunidade é o que realmente deveria importar.

Se pensarmos comparativamente, é como os cartórios que só fazem da nossa vida um inferno burocrático. Nos  países que funcionam, eles não existem mais.

Acho que as autoridades do RJ deveriam, sim, se preocupar com a demanda da sociedade que gostaria de ter um serviço decente e seguro - coisa que não vemos muito aqui no Rio, e pensar que além disso o turismo para as Olimpíadas está batendo à porta. Não temos a categoria dos taxistas preparada, com um mínimo de inglês por exemplo, que é a língua universal. Talvez seja uma oportunidade para a prefeitura se acertar com a Uber e pedir que convoque gente mais qualificada na Olimpíada. Assim, acho que todos ganhamos com isso: a cidade e o cidadão.

O Rio de Janeiro, no próximo ano, terá oportunidade de ser a cidade mais visitada do país durante um curto espaço de tempo e, com certeza, o maior legado que poderá ficar será a inclusão do RJ no circuito turístico de qualidade. Não podemos esquecer que estamos com o dólar bem competitivo neste quesito e que a boa recepção do turista, sem dúvida, será a grande oportunidade da nossa cidade. Não é mais o óleo e o gás, nem a Petrobras, que continuarão a ser o principal vetor de crescimento. Precisamos que decidir rápido entre ser Barcelona ou Athenas, cidades que se encontram em situações completamente adversas pós Olimpíadas.

Tenho certeza de que o sistema de controle de mercado nunca foi o caminho adequado. O monopólio em qualquer setor prejudica o consumidor. Não é à toa que a empresa Uber vale 50 bi na principal bolsa mundial e, mesmo com todos os problemas enfrentados, faz sucesso nas principais cidades mundiais como Nova Iorque, Paris, Londres, Rio, SP e muitas outras. Greves e enfrentamentos como estamos vendo aqui no RJ, a apreensão de carros e multas como forma de intimidar o serviço é, no mínimo, controverso. A opinião da OAB é de que o serviço prestado pela Uber não é ilegal.

Mas sabe por que a empresa Uber tem esse valor? Primeiro porque quando os governantes tomam as dores das corporações e sindicatos, o sistema cresce com a maior demanda devido à publicidade. Foi assim em Nova Iorque, onde além de ser quase impossível controlar um aplicativo que tem como aliado o cidadão usuário, também  é uma tendência mundial dos novos tempos.

Não dá para simplesmente parar o sistema cibernético. Isso não é controlável ao longo do tempo. Grandes empresas como Xerox e IBM, que se adaptaram às investidas tecnológicas, conseguiram virar o jogo e é assim que imaginamos que a categoria dos taxistas deverá fazer para competir neste novo momento.

Então brigar não é o melhor caminho, mas sim saber usufruir da tecnologia para o bem da cidade. Bem vindo Uber!

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Finanças, Investimentos, Juros
A concentração bancária no Brasil
10 de agosto de 2015 at 14:08 0

post_blogdosaul10_08Com a compra do HSBC pelo Bradesco, a concentração bancária, que já era grande, aumentou consideravelmente, inclusive em um momento de retração de crédito pelo principal player nacional no segmento de crédito imobiliário. Hoje, temos os quatro maiores bancos concentram mais de 80% de todo o segmento. Isso é bom ou é ruim?  Se olharmos pela óptica do segmento fortalecido e com capacidade de fazer frente aos investimentos necessários da parafernália regulatória, isso é bom, pois cada um desses players terá cada vez menos competição e eles ditarão, de certa maneira, as regras do jogo.

Por outro lado, o próprio tamanho atrapalha quem precisa de mais especialização, o que abre espaço para os bancos mais segmentados, que podem vir a auxiliar bastante a economia e, muitas vezes, trabalhar melhor e com mais profundidade as demandas dos empresários de nichos como o imobiliário, o do agronegócio e o de microempresas, dentre outros. Chegou a hora de as autoridades monetárias, principalmente o FGC (Fundo Garantidor de Créditos), juntamente com outros órgãos como BNDES, repensarem o modelo dos bancos médios e pequenos. Com a nova  exigência de capital de risco de crédito para os bancos conforme o acordo de Basiléia, os bancos menores ficam numa situação muito difícil para atrair investidores.

Por que, então, não enquadrar a dívida subordinada no mesmo conceito de garantia do FGC, com limite de R$ 250 mil? Essa poderia vir a ser uma medida benéfica, com possibilidade de mais competitividade no setor, como foi o aumento do limite do Fundo de Crédito Garantidor para CDB e LCI, que acabou contribuindo bastante para a desconcentração bancária.

Nos dias atuais em que o crédito está restrito até para bons pagadores, repensar o modelo de alta concentração do setor poderia vir em boa hora, até porque os grandes bancos andam fase de restrição de crédito, o que penaliza os bons e maus pagadores, sem exceção.
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Câmbio, Investimentos, Política
Os novos tempos para o Brasil e o superávit fiscal
30 de julho de 2015 at 11:16 0

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O anúncio de renúncia em busca do superávit fiscal, feito na última semana pelo Ministro Joaquim Levy, praticamente posicionou a situação de deterioração das nossas contas e a impossibilidade de controlar e conseguir implementar reformas no legislativo e no Senado. Forças políticas se degladiam em um jogo de xadrez onde não sabemos quem serão os vencidos ou os vencedores. Mas uma coisa é certa: esse governo não tem capacidade de reverter o quadro econômico atual pois, somado à baixa popularidade, à falta de credibilidade e outros fatores como a Operação Lava Jato, criou-se um grau máximo de incerteza e insegurança não só à população como também de investimento necessário para o país rodar a contento. Enfim, qual o cenário mais provável deste jogo? Sinceramente não temos grandes certezas de quase nada, exceto de que teremos dólar alto em relação ao real e inflação igualmente alta. Do jeito que vai a economia real e o aumento do desemprego, é claro que a renda dos salários é impactada. É o cenário da tempestade perfeita. Sendo pessimista, eu diria que se nada mudar, esta é a visão mais realista. Mas onde poderíamos ancorar um possível cenário mais otimista? Em qualquer situação, o dólar continuará se valorizando, pois o BC só poderá contar com os juros e algumas políticas temporárias, como a repatriação de capital no exterior, podendo assim no curto prazo segurar as cotações - até porque mudaremos o viés da nossa política econômica que foi induzida ao mercado interno, baseada no crédito e consumo, sem considerar algum incentivo à poupança e maior proteção às indústrias. Agora, através da maior competitividade incentivada pelo câmbio apreciado e as nossas indústrias de modo geral, deverão ter de repensar a sua área de atuação mercadológica muito rapidamente e com um grau máximo de criatividade. Realmente as sinalizações não são nada animadoras, mas são nas crises que usamos todo nosso talento pessoal para superá-las. Sempre foi assim e não será desta vez diferente! O mercado, de modo geral (financeiro , industrial , infraestrutura, imobiliário), vinha trabalhando em um modelo de Investment Grade, em que trabalhava bem mais alavancado do que outras épocas. Para que tenham um entendimento melhor do que estou falando, é comparar a economia Argentina - onde seu parque industrial praticamente foi reduzido a um terço e, por razões do Default, praticamente a economia não tem hoje alavancagem, os imóveis são comprados à vista. Aqui, diferentemente, nós fomos para até trinta anos de financiamento, assim como tivemos prazos bem alongados em outros segmentos. O efeito dos mercados de crédito para desalavancagem são mais perversos do que os que não são. Por outro lado, temos um mercado financeiro bem saudável, que é bem controlado pelos órgãos reguladores, além de uma grande eficiência deste mercado e reconhecido no âmbito interno e internacional. Se tiver de escolher entre as possíveis saídas para este enrosco, diria que o fator de maior impacto, e que será relevante para os agentes econômicos internos e externos, é a recuperação da credibilidade institucional que, por uma via ou outra, poderá estar a caminho...
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Bolsa, Investimentos
Cadê as LCA’s e LCI’s que estavam aqui?
29 de junho de 2015 at 11:25 0
money-1456640-1280x960 Luciana Seabra | De São Paulo As letras de crédito, isentas de imposto de renda, viraram artigo raro. É só aparecer na prateleira dos distribuidores que somem em poucas horas. Tanto as plataformas on-line voltadas para o varejo quanto os alocadores de fortunas têm rebolado para atender à demanda crescente dos clientes enquanto a falta de lastro impede o aumento da oferta. Difícil encontrar um substituto perfeito para as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs). Outros produtos isentos e os tradicionais Certificados de Depósito Bancário (CDBs) estão na fila. "Em duas horas acaba o lastro que o emissor disponibiliza. Você põe na plataforma e some", diz Bruno Carvalho, gerente de renda fixa da Guide Investimentos, que oferece títulos e fundos por meio de uma prateleira on-line. "Independentemente do tamanho da instituição, vimos uma redução da oferta", afirma Richard Ziliotto, sócio da gestora de patrimônio Taler, que acompanha o mercado diariamente em busca de ativos para compor o portfólio de clientes de alto patrimônio. Ao entrar em contato com os emissores, alocadores e distribuidores recebem principalmente a justificativa da falta de lastro. Em tempos de economia fraca, ficam mais escassas as operações de crédito imobiliário que servem de base à estruturação de LCIs. No caso das LCAs, além do crescimento mais fraco, produtores rurais sofreram com condições climáticas desfavoráveis e uma greve de caminhoneiros agravou o escoamento da produção, aponta Carvalho. Sem o lastro, é impossível estruturar as letras. Outra justificativa para emissões menos fartas é uma parada técnica, um período de adaptação às novas regras do Conselho Monetário Nacional (CMN), divulgadas em maio. O prazo mínimo de vencimento e resgate de LCIs e LCAs foi ampliado para 90 dias. Até então, não havia restrição para LCAs e, no caso de LCIs, o prazo era de 60 dias. Além disso, há novas diretrizes para as operações que podem servir de lastro às letras. As mudanças começam a aparecer nos números. Na comparação da primeira quinzena de junho com o mesmo período de maio, o volume de emissões recuou 36%, para R$ 14,1 bilhões, conforme mostrou reportagem do Valor com base em dados da BM&F Bovespa e da Cetip, responsáveis pelo registro das operações. Os reflexos das regras do CMN vão ficar mais claros ao fim de junho, diz Carlos Ratto, diretor-executivo da unidade de títulos e valores mobiliários da Cetip. Ele espera um efeito especialmente sobre as operações de LCAs. Sem prazo mínimo, conta, o instrumento era usado por pessoas jurídicas para operações de curtíssimo prazo, hoje impossíveis, já que, ao contrário dos outros tipos de investimento, a letra não pagava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Com a pressão da demanda, os prêmios também encolheram. A redução de retorno em relação aos tempos áureos, quando comparados papéis de mesmo prazo, aproxima-se de dez pontos percentuais do CDI segundo os distribuidores. Os prazos também estão mais longos. A determinação do CMN impede vencimento em menos de três meses, mas, na prática, prazos inferiores a seis meses estão ausentes nas plataformas. "Hoje em dia grande parte dos títulos isentos é para prazo superior a um ano", diz Bruno Saads, responsável pela área de produtos de renda fixa da XP, dona da maior plataforma on-line do mercado. E não há alívio no horizonte. Na conversa com os emissores, em grande parte bancos médios, Saads diz que o indicativo é de um crescimento real da carteira de crédito negativo, ou seja, menor do que a inflação. O freio na oferta de letras de crédito começa a criar uma legião de órfãos. São investidores que querem retorno farto, mas sem correr muito risco. Alocadores e distribuidores testam a demanda por outros produtos, como os tradicionais Certificados de Depósito Bancário (CDBs), que ressurgem nas plataformas. A Órama, que nasceu como uma prateleira de fundos, colocou CDBs em sua plataforma on-line pela primeira vez neste mês. Os bancos de médio porte começam a oferecer CDBs, ainda que de prazo mais longo, com taxas mais agressivas, segundo Sandra Blanco, consultora de investimentos da plataforma on-line. Um papel incluído na prateleira da casa, emitido pelo Banco Máxima, por exemplo, paga 116% do CDI em 363 dias. A diferença para as letras é que aqui incide o imposto de renda, regressivo com o avançar do prazo. Nesse caso, vale a alíquota de 17,5%, o que torna esse CDB equivalente a uma LCI de mesmo prazo que paga 95,7% do CDI. A principal semelhança do certificado com as letras é a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que assegura ao investidor até R$ 250 mil por instituição investida, em caso de default. Essa garantia pode ser o caminho para os CDBs recuperarem seu reinado, ameaçado pelo advento das LCIs e LCAs. Para se ter uma ideia, o estoque de certificados na Cetip encolheu 13,2% de maio do ano passado para o mesmo mês deste ano. Certificados de recebíveis imobiliários e do agronegócio (CRIs e CRAs) poderiam ser vistos como substitutos naturais às letras, por conta da isenção de imposto. Os prazos, entretanto, são mais longos, em geral de pelo menos três anos. Além disso, são produtos mais complexos, que não contam com a segurança do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que devem passar por uma avaliação mais criteriosa do projeto e dos agentes participantes, como custodiante e securitizadora. "É menos confortável para o investidor", diz Ziliotto, da Taler. Ratto, da Cetip também não vê CRIs e CRAs como o próximo alvo dos investidores pessoa física. "O caminho natural, se por acaso não tiver mais lastro para LCIs e LCAs, é o do CDB", diz, apontando para o fato de os dois terem base em risco bancário. A gestora de fortunas GPS, do grupo Julius Baer, tem percebido a escassez de letras, o que inviabiliza a renovação de todos os papéis que vencem nas carteiras de clientes. É reticente, entretanto, em relação à maior oferta de CDBs. "Banco que aceita pagar 120% do CDI ou mais em uma captação já é por natureza de pior qualidade", diz Marcelo Urbano, responsável pela área de crédito da GPS. Urbano lembra que quem conta com o FGC pode levar alguns meses para reaver o valor investido, sem correção, no caso de default. Além disso, ao travar os recursos em um CBD, diz, o investidor pode perder oportunidades com melhor remuneração no meio do caminho, até mesmo em títulos prefixados e NTN-Bs, que pagam uma taxa prefixada mais a variação da inflação. O fato é que a missão de encontrar um ativo para ocupar o lugar das letras é inglória. "No mesmo nível de risco/retorno, não vejo como substituir", diz Urbano. A regra, considera, é diferenciar o bolo que deve ficar líquido do que pode ser imobilizado por mais tempo. Para o primeiro montante, se não for possível contar com as letras, o caminho são os tradicionais fundos DI de taxa baixa. Para a segunda fatia, a solução é buscar ativos mais sofisticados e, assim, mais rentáveis. Nesse segmento que exige mais análise, há boas oportunidades, segundo Urbano, que seleciona ativos de crédito para clientes de alto patrimônio. "Nunca trabalhei tanto na minha vida." Para quem tem capacidade de selecionar ativos e não simplesmente confiar nas agências de avaliação de risco, Urbano espera que surjam CRIs e CRAs atraentes. Outra opção, aponta, são as debêntures de infraestrutura, que também não sofrem a mordida do Leão e financiam um setor que o governo pretende promover nos próximos anos. Um impeditivo é que o mercado secundário de CRIs e CRAs ainda é muito incipiente, diz Saads, da XP. Para os adeptos das letras, a casa tem sugerido CDBs para prazo de um a dois anos, com taxa entre 115% e 120% do CDI, e também títulos públicos. Como existe a expectativa de um ajuste nos juros embutidos nos papéis para baixo, há a perspectiva de ganho de capital. NTN-Bs com vencimento em 2018 são uma pedida. Para os mais conservadores, a receita é títulos pós-fixados e fundos DI. O que Saads ainda não viu foi o investidor das letras topar migrar para ativos de maior risco, como ações.     Essa matéria pode ser lida também no site do Banco Máxima, presidido por Saul Sabbá.  Acompanhe também as redes sociais de Saul Sabbá. Facebook Saul Sabbá Twitter Saul Sabbá
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Câmbio, Investimentos, Juros
Saul Sabbá afirma: “Volatilidade do dólar congela negócios”
9 de junho de 2015 at 17:18 0

A atual volatilidade do câmbio é mais preocupante que o real depreciado, avalia Saul sabbá, presidente do Banco Máxima. Segundo ele, as incertezas em relação ao rumo da taxa paralisam os negócios e prejudicam o planejamento das empresas importadoras e exportadoras.

Após alcançar a cotação máxima de R$ 3,297 no dia 19 de março, maior valor em quase 12 anos, o dólar comercial tem sido negociado por volta de R$ 3,17.

Para Saul Sabbá, os fundamentos atuais da economia apontam para um valor justo da moeda em torno de R$ 2,80.

"Hoje, se você pegar e fizer as contas técnicas, vai ver que o câmbio deveria estar em torno de R$ 2,80 - neste patamar, tecnicamente. O restante, o adicional da volatilidade, sempre vem em função de eventos improváveis, acontecimentos do dia", diz. "Se o dólar se mantiver estável, em R$ 3, R$ 3,10 ou R$ 2,90, dentro dessas faixas, o exportador exporta e o importador importa. Se houver alguma expectativa de que esse câmbio pode ir para R$ 3,40, como chegou a ser falado, o mercado pára e congela", atesta.

Não conhece muito sobre Saul Sabbá? Descubra como Saul Sabbá foi importante na telefonia dos anos 80.

Veja também: Saul Sabbá afirma que CDB Renda Mensal pode ser seguro e vantajoso. 

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Bolsa, Investimentos
Saul Sabbá fala sobre os novos desafios para o crédito imobiliário no Brasil.
8 de junho de 2015 at 13:50 0

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Ao reduzir os limites de financiamento de imóveis usados para 50% de seu valor, ao mesmo tempo em que preserva áreas no campo social e de desenvolvimento, como o Minha casa Minha Vida e o Plano Empresário, a Caixa Econômica Federal (CEF) nos dá importantes sinalizações. A primeira é a de exaustão de um modelo em que o bando – maior e mais importante player nacional - financiava todo o segmento imobiliário como se tivesse recursos infinitos. Agora vai trabalhar com orçamentos de funding limitados e focar em suas prioridades.

Atualmente, a maior parte dos recursos destinados ao crédito imobiliário vem da Caderneta de Poupança, fonte de captação mais barata que as outras. A partir de agora assistiremos à Caixa Econômica Federal acessando estruturas alternativas do mercado de capitais, como LCI’s, CRI’s e fundos imobiliários, o que de certa forma já vem ocorrendo.

A restrição no crédito imobiliário da Caixa ocorre após a poupança ter registrado uma saída líquida (retirada menos depósitos) de R$ 11,43 bilhões em março, a maior fuga de recursos de aplicação para todos os meses. Quando a captação da poupança é reduzida, os recursos para empréstimos ficam mais escassos.

No primeiro trimestre de 2015, foram destinados R$ 24,1 bilhões à compra e construção de imóveis, um resultado 4,6% abaixo do verificado no mesmo período do ano passado. Os imóveis usados representam a maior parte dos financiamentos feitos no país.

A mudança certamente terá impacto para o comprador de imóveis usados. Com menos oferta de crédito barato, ele terá de recorrer a outros bancos caso precise financiar mais de 50% da sua compra, e pagará taxas bem mais salgadas. Os seis maiores concorrentes da Caixa já informaram que, por ora, continuarão financiando até 80% do valor do imóvel.

Cabe lembrar que, além do crédito mais caro, o cenário é de patamares de juros da economia elevados e inadequados para o longo prazo, com alto nível de vacância nos imóveis comerciais em função do desaquecimento econômico e elevados estoques imobiliários nas mãos das grandes e médias construtoras.

Tudo isso gera descasamento entre oferta e procura e já provoca a correção de preços, que está se cristalizando sob a alcunha de “venda forçada”.

O mercado especializado de créditos utiliza parâmetros de avaliação técnica em que considera os valores históricos dos últimos negócios e outros indicadores que permitem calcular quanto valeria aquele ativo em condições de mercados normais.

Essa venda forçada faz com que, hoje, existam descontos que cheguem a 30% - ou até mesmo 40% - no caso de grandes incorporadoras, que estão fazendo negócios no atacado para se desfazer dos estoques e gerar caixa.

Os preços dos imóveis têm uma correlação muito forte com a oferta de crédito. O ajuste já começou e poderá perdurar até que o ambiente macroeconômico do país comece a se desenhar de forma que inspire mais confiança e traga o consumidor de volta para o lado da demanda.

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Acompanhe também no canal do YouTube do Banco Máxima Saul Sabbá falando sobre o mercado imobiliário.

Saul Sabbá fala sobre crédito imobiliário e as novas exigências da Caixa Econômica Federal

Fonte: Matéria divulgada no jornal Brasil Econômico

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Bolsa, Investimentos
Para Saul Sabbá, preço dos imóveis deve cair
5 de junho de 2015 at 09:32 0

sale-2-1232740-1279x850A redução do limite de financiamento para imóveis usados pela Caixa Econômica Federal deverá forçar para baixo os preços no mercado nacional. O banco, principal player do segmento no Brasil, baixou de 80% para 50% o teto do crédito concedido para a aquisição de ativos avaliados até R$ 750 mil. A Caixa é responsável por 70% dos financiamentos para a compra de imóveis no país.

A maior parte dos recursos destinados ao crédito imobiliário vem dos depósitos da Caderneta de Poupança, considerados uma fonte barata de captação.

Com o endurecimento das regras pela Caixa, o comprador que desejar financiar mais de 50% de sua compra terá que recorrer a outros bancos e pagará taxas mais salgadas pelos recursos – o que tende a reduzir a demanda por crédito e desaquecer as vendas.

Além do crédito mais caro, o cenário é de patamares de juros da economia elevados e inadequados para financiamentos de longo prazo. Somam-se a isso, o alto nível de vacância nos imóveis comerciais, em função da desaceleração econômica e do grande número de lançamentos das incorporadoras, e os elevados estoques imobiliários nas mãos das grandes e médias construtoras.

A combinação desses fatores gera descasamento entre oferta e procura, e já provoca a correção de preços, que está se cristalizando sob a alcunha de “venda forçada”.

Para se desfazer dos estoques e gerar caixa, as incorporadoras recorrem a descontos que já chegam a 30% - ou até mesmo 40% - em vendas feitas no atacado.

"Os preços têm uma correlação muito forte com a oferta de crédito. O ajuste já começou e poderá perdurar até que o ambiente macroeconômico do país comece a se desenhar de forma que inspire mais confiança, e traga o consumidor de volta para o lado da demanda”, diz Saul Sabbá, presidente do Banco Máxima.

Conheça mais sobre Saul Sabbá, presidente do Banco Máxima

Veja neste vídeo, um relato de Saul Sabbá sobre as tendências para o mercado em 2015

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Bolsa
O papel de Saul Sabbá na criação da Animec
20 de maio de 2015 at 15:03 0

business-coffee-2-1573106-1280x960A atuação de Saul Sabbá na gestão de recursos teve início com o surgimento do Acess, primeiro fundo de balcão, em 1996. Desde sua criação até julho de 2002, esse fundo acumulava uma alta de 250% acima do Ibovespa, e serviu de espelho para diversos outros fundos que apostaram nos ganhos que vieram com a reestruturação do setor de telecomunicações e também registraram resultados muito expressivos.

O Acess foi, naqueles tempos, o carro-chefe da Máxima Asset Management, presidida por Saul Sabbá.

Para ter sucesso em seus investimentos, Saul Sabbá trabalhou arduamente para descobrir as ações que não tinham negociação na Bolsa de Valores. Mas era fundamental que se estabelecesse uma forma de impedir que os controladores lesassem seus sócios minoritários.

Sabbá percebeu que a legislação das S/A era muito vulnerável na proteção aos minoritários e algo precisava ser feito a respeito. Já que haveria muitas dificuldades para agir sozinho, Saul Sabbá, para defender seu portfólio, conversou com outros gestores e sugeriu a criação da Animec (Associação Nacional de Investidores do Mercado de Capitais).

Em 1998, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários, órgão regulador do mercado de ações) preparava um evento no BNDES para o investidor minoritário. “Costa e Silva, eu tenho de ir a esse evento, porque preciso criar uma associação pró-minoritário”, disse Saul Sabbá ao então presidente da CVM.

Ele compareceu ao evento, fez um discurso de poucos minutos e, aproveitando a presença de vários investidores minoritários, colheu 200 assinaturas e criou a Animec, da qual foi o primeiro presidente.

A Animec atuou pela primeira vez quando da permuta de ações da Telesp por BDR (Brazilian Depositary Receipts), recibos negociados na Bolsa de Valores de São Paulo e cujo lastro são papéis de empresas estrangeiras. Naquele caso, os BDR oferecidos como moedas de troca tinham títulos da telefônica da Espanha, a controladora da Telesp. O problema todo era que, no processo, a companhia espanhola super valorizava a matriz e sub avaliava a empresa brasileira, o que, feitas as contas, resultava numa perda e tanto para os acionistas minoritários da Telesp.

As empresas de telefonia foram vendidas com ágios extremamente altos. Os novos controladores tentavam, então, diluir o custo - ou comprando a preços aviltados as ações que se encontravam nas mãos dos investidores minoritários ou por meio da incorporação das operadoras pelas holdings. Estas utilizavam parte dos lucros das operadoras a fim de abater a dívida contraída, em vez de tirar apenas da sua parte do ganho o dinheiro que serviria para pagar o ágio. O resultado era que o lucro a ser distribuído entre todos os acionistas reduzia-se substancialmente.

Confira também vídeo no qual Saul Sabbá fala sobre as tendências de mercado para 2015

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Bolsa
Saul Sabbá e um novo olhar sobre o mercado
20 de maio de 2015 at 14:56 0

inside-the-news-1471536A fama de Saul Sabbá e seu sucesso com as empresas que eram negociadas no mercado de balcão na década de 80 logo se espalhou pelo mercado e ele passou a ser procurado por pessoas que queriam partilhar a mesma estratégia de investimento. “Então começamos a ser uma asset de forma natural, por conta da demanda”, diz Sabbá.

Um dos seus diferenciais era a forma de olhar os resultados financeiros das empresas.

Sabbá conta que algumas estatais, naquela época, pareciam quebradas. Mas, quando ele analisava a empresa e projetava seu fluxo de caixa numa gestão sem a interferência do Estado, após as privatizações, a história mudava.  “O valor da empresa aparecia, enquanto boa parte do mercado avaliava a empresa considerando múltiplos como o P/L (preço da ação sobre seu Lucro). Por P/L você não compraria nenhuma delas”, assegura Sabbá.

Isso porque o P/L projetava o lucro presente, e o mercado não trabalhava com estrutura da empresa já saneada, em que o lucro seria maior.

Confira também vídeo no qual Saul Sabbá fala sobre as tendências de mercado para 2015.

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