A Grande Depressão foi um caos econômico deflagrado a partir da quebra da bolsa de Valores de Nova York, em 1929. Ao longo da década seguinte, o cenário pouco mudou.
Diversos países, principalmente, europeus, assim como os Estados Unidos, viveram sob altos índices de desemprego, quedas acentuadas do Produto Interno Bruto (PIB), reduções drásticas da produção industrial e os preços de ações foram reduzidos a patamares nulos.
À época, a economia do Brasil, pouco industrializada, dependia quase que exclusivamente da exportação do café.
Por conta da crise mundial, o nível de renda naquele período recuou entre 25% e 30%. O preço dos importados elevou, em média, 33%.
Curiosamente, a Grande Depressão empurrou o país a um processo de industrialização, tímido, em comparação com os países já industrializados do Hemisfério Norte.
No último dia 12, a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) divulgou dados que apontam que, após dois meses de resultados majoritariamente negativos, os Indicadores Industriais de janeiro de 2020 mostraram-se positivos.
A utilização da capacidade instalada original foi de +0,4% entre janeiro de 2019 e janeiro de 2020. Todos os índices registraram alta no primeiro mês deste ano.
Porém, apesar do bom resultado de janeiro, a indústria segue enfrentando dificuldades para engrenar um crescimento significativo.
Esses resultados positivos, embora percentualmente pequenos, não conseguiram ainda restaurar o fôlego da economia brasileira, trôpega e zonza desde 2014.
E os quatro circuit breakers registrados ao longo da semana passada, na Bolsa de Valores brasileira, refletiram o caos persistente nos mercados globais, causados pelos impactos do coronavírus na economia mundial, pela queda acumulada os preços do petróleo, de cerca de 50%, desde máximas registradas em janeiro, e a decisão do governo Donald Trump de restringir viagens originárias na Europa.
Foi a primeira vez na história que a Bolsa interrompe as atividades em três dias da mesma semana.
E foi também a primeira vez na história do real que o dólar comercial subiu mais de 6% e superou a marca de R$ 5.
Além dessas perdas históricas, no início da mesma semana, mais precisamente, no dia 9, o barril do petróleo registrou a maior queda percentual diária desde a Guerra do Golfo, em 1991, após a decisão do governo saudita de iniciar uma intensa disputa de preços da commodity com os russos.
Frente a esse quadro preocupante, mais uma vez, reforço minhas convicções empresariais, surgidas depois de ter passado por cinco crises sistêmicas de mercado: crises chegam e passam; bons e maus negócios sempre existirão.
Em situações assim, ressalto, é importante nos mantermos serenos e atentos, sem tentar adivinhar se a bolsa vai subir ou cair.
Por fim: ter medo faz parte da inteligência emocional do mercado.
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