A redução do limite de financiamento para imóveis usados pela Caixa Econômica Federal deverá forçar para baixo os preços no mercado nacional. O banco, principal player do segmento no Brasil, baixou de 80% para 50% o teto do crédito concedido para a aquisição de ativos avaliados até R$ 750 mil. A Caixa é responsável por 70% dos financiamentos para a compra de imóveis no país.
A maior parte dos recursos destinados ao crédito imobiliário vem dos depósitos da Caderneta de Poupança, considerados uma fonte barata de captação.
Com o endurecimento das regras pela Caixa, o comprador que desejar financiar mais de 50% de sua compra terá que recorrer a outros bancos e pagará taxas mais salgadas pelos recursos – o que tende a reduzir a demanda por crédito e desaquecer as vendas.
Além do crédito mais caro, o cenário é de patamares de juros da economia elevados e inadequados para financiamentos de longo prazo. Somam-se a isso, o alto nível de vacância nos imóveis comerciais, em função da desaceleração econômica e do grande número de lançamentos das incorporadoras, e os elevados estoques imobiliários nas mãos das grandes e médias construtoras.
A combinação desses fatores gera descasamento entre oferta e procura, e já provoca a correção de preços, que está se cristalizando sob a alcunha de “venda forçada”.
Para se desfazer dos estoques e gerar caixa, as incorporadoras recorrem a descontos que já chegam a 30% – ou até mesmo 40% – em vendas feitas no atacado.
“Os preços têm uma correlação muito forte com a oferta de crédito. O ajuste já começou e poderá perdurar até que o ambiente macroeconômico do país comece a se desenhar de forma que inspire mais confiança, e traga o consumidor de volta para o lado da demanda”, diz Saul Sabbá, presidente do Banco Máxima.
Conheça mais sobre Saul Sabbá, presidente do Banco Máxima
Veja neste vídeo, um relato de Saul Sabbá sobre as tendências para o mercado em 2015
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