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Bolsa, Câmbio, Finanças, Investimentos, Política
A relação entre EUA, Europa e Brasil nos investimentos
14 de julho de 2016 at 15:59 0
A relação entre EUA, Europa e Brasil nos investimentos

Para quem não é do meio, fica muito difícil acompanhar os acontecimentos mundiais que impactam as moedas, os investimentos, a Bolsa. Então, decidi fazer um paralelo entre esses assuntos que acontecem ao mesmo tempo e que estão criando expectativas no mercado financeiro do mundo todo.

Nos EUA, se aguarda o resultado das eleições presidenciais que acontecem esse ano. A disputa tem sido cheia de polêmicas, inclusive com discursos extremistas. A cada notícia de força entre os adversários, o mercado reage. Há uma expectativa de que se a Hilary vencer, o mercado terá mais conforto. E se o mercado dos EUA estiver confortável, o resto do mundo é afetado positivamente.

Na Europa, o assunto é o Brexit, que causou uma tempestade de incertezas na zona do Euro. As consequências, com as quedas consecutivas da Bolsa, ainda são uma incógnita aos investidores. As incertezas e a volatilidade do mercado podem causar retração da economia europeia, o que causaria consequências negativas no mundo todo.

Já no Brasil, a expectativa é a consolidação do impeachment. O mercado tem reagido positivamente às posições do governo Temer e sua equipe econômica, com reais expectativas de recuperação, mesmo sabendo que é um processo lento e difícil. A incerteza que paralisa é a dúvida se a presidente afastada retorna ou não ao comando do país.

Como podemos observar, a política afeta a economia em todos esses cenários. E, em qualquer dos ambientes, o que precisamos para que voltem os investimentos é de solução, conclusão, definição. A partir da definição de todos esses assuntos é que começaremos a ver os resultados.

Ao Brasil interessa tanto a estabilidade interna quanto externa, pois isso tem reflexo direto nas exportações. Em um país com câmbio elevado como agora, a exportação é uma ferramenta importantíssima para captação de recursos e equilíbrio da balança comercial.

Para se ter ideia, só nas duas primeiras semanas de julho, a balança comercial teve um superávit de US$ 1,48 bilhões (fonte: MDIC). As exportações têm tido uma média diária de mais de 800 milhões de dólares, o que significa aumento de 2,9% em relação a 2015. Já as importações tiveram um recuo de 17,2%.

Hoje tivemos a notícia de que o PIB de maio teve um tombo em relação ao mês anterior. A queda do PIB em relação ao ano passado é de 3,8%, caracterizando a forte recessão: desemprego, inadimplência, queda de consumo e produção. E, como nosso mercado interno não está aquecido, nossas indústrias têm se mobilizado para atender o mercado externo. A estabilidade americana e europeia são essenciais para continuarmos vendendo e, consequentemente, administrando a crise e trabalhando para reconstruir a nação.

Como podemos ver, no mercado de investimentos não há independência. Os três assuntos são relevantes para a relação de fluxo de capitais no Brasil.

Resumindo, a eleição de Donald Trump significa para os EUA o mesmo impacto que o Brexit tem para os europeus e a volta de Dilma para o Brasil. Espero que não tenhamos uma pororoca tríplice, seria uma catástrofe. Que Deus nos abençoe. Amém!

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8 de setembro de 2015 at 16:45 0
Reflexões do feriado: a política em deterioração

Reflexões do feriado: a política em deterioração

Algumas notícias e artigos me chamaram a atenção neste fim de semana de feriado prolongado. Obviamente todas citam o nosso momento econômico e político. Uma das que mais me chamou atenção foi um artigo no Estadão, cujo título é "A crise de Dilma vai a Turquia". O artigo, além de chamar a atenção para o momento político e econômico bastante complexo, cita alguns comentários na reunião do G-20, realizada em Ancara, cidade Turca. Vou relatar alguns trechos deste artigo, pois relata a nossa atual realidade, vista pelo lado de fora, dentro da análise do cenário global esboçado pelos economistas do FMI, como: "condições políticas em deterioração", "no Brasil, a fraca confiança de empresários e consumidores, no meio de condições políticas difíceis, e o necessário aperto da política macroeconômica devem enfraquecer a demanda interna, com o investimento caindo de forma particularmente rápida". O Brasil foi citado por todas as suas dificuldades que são momentâneas, mas maiores que de seus pares emergentes em função, principalmente, de "condições políticas e deterioração". Outra pequena matéria, que não me passou desapercebida, foi sobre uma pesquisa oculta feita com políticos do PMDB em que se constatou que 50% já apoiam o impeachment. O que significa isto? Cada vez mais temos a percepção de que hoje o PMDB é quem realmente vai dar as cartas para decidir o futuro da Presidenta Dilma. Além disso, a fala do vice Michel Temer sobre a inviabilidade de governabilidade com baixa popularidade, também noticiada durante todos os meios de comunicação, deixou claro que existe um possível movimento de desembarque. Meu entendimento é que o mesmo já se coloca como uma real via alternativa de transição pois, em tese, o Vice não deveria se posicionar em público. E não é só uma forma de mostrar insatisfação, mas sim de se posicionar diante do possível desenrolar das decisões de aprovações - ou não - das contas, que sairão nos próximos dias. Enfim, foi um feriado bastante movimentado. O aspecto de mercado que me chamou a atenção nessa semana: A persistente alta do dólar tem chamado a atenção, pois as tesourarias dos grandes bancos locais e estrangeiros começam a perceber que os sinais emitidos pelo Banco Central de que há tendência de queda das taxas de juros já não é a mesma percepção do mercado. O BC ofereceu  títulos federais na semana passada, em um leilão de taxas pré-fixadas, mas o mercado pediu um prêmio mais alto. Assim, o BC cancelou o leilão e já avisou que vai oferecer leilões de Swaps em dólar, para diminuir a volatilidade e manter a paridade mais equilibrada. Isto não é um bom sinal, pois as tesourarias já começam a pedir um prêmio alto na dívida local, dado o risco institucional e o Investment Grade em questão. O problema é que não conseguimos enxergar o que é o preço técnico do dólar, se é que tem. Tecnicamente pode ser R$ 4,00 ou R$ 4,50, depende do grau de   deterioração econômica e política que agora passam a andar de mãos dadas. Isso significa que não tem nada certo em relação ao dólar e juros. Os juros, que até então aparentavam calmos e já se esperava uma possível queda no primeiro trimestre de 2016 - o que parecia ser suficiente para manter a meta de inflação sob controle, começam a despertar desconfiança caso o dólar continue nessa escalada de preço. Somado a isso, o prêmio mais alto pedido pelo mercado é uma sinalização preocupante. A indefinição na área política e nos ajustes necessários para a contenção de um déficit minimamente aceitável, criam uma situação bastante incômoda para o BC controlar a corrida para o dólar. Pode ser que só vender Swap não seja suficiente para acalmar os agentes, que começam a duvidar do equilíbrio econômico e é aí que as coisas se complicam, pois isso vai demandar vendas spot do dólar e alta de juros. O mercado está assustado, transmite sua inquietação através de preços dos ativos e sabe que, se não tivermos rapidamente uma solução para o embrulho político/econômico, as coisas podem ir para caminhos bem mais difíceis de serem resolvidos. Então, só restará a política econômica ortodoxa, com juros altos e controle de câmbio, ocasionando a queima de reservas cambiais. Já vimos isso antes.
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