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Política

Presidente Donald Trump: polêmicas e expectativas para o sucessor do Obama

19 de janeiro de 2017 0

2017-01-19-linkedin-SaulSDonald Trump, o empresário americano que balançou a política mundial ao estrear – com vitória – nas urnas no ano passado, tomará posse como o novo presidente dos Estados Unidos na próxima sexta-feira, 20. Candidato de declarações polêmicas, o presidente eleito tem mantido o estilo incendiário de campanha em suas declarações que antecedem a posse.

Em uma entrevista concedida ao periódico alemão Bild, Donald Trump sugeriu que a montadora BMW deveria desistir da ideia de construir uma fábrica no México em 2019, e instalar a nova planta da empresa em solo americano. Se não o fizesse, o governo norte-americano taxaria em 35% a importação dos veículos produzidos do outro lado da fronteira. Não demorou para que o ministro da Economia alemão, Sigmar Gabriel, devolvesse o conselho ao empresário: alegou que se os Estados Unidos aprovarem essa taxa de 35%, quem sofreria com isso seriam os próprios americanos, já que as peças utilizadas na indústria automotiva do país são produzidas em outros países.

Além da celeuma ter potencial para ser um equívoco econômico, também não foi o primeiro equívoco de política externa cometido pelo futuro presidente. Antes de desafiar a BMW, cuja maior fábrica em todo mundo está na Carolina do Sul, e não na Alemanha, Trump defendeu em entrevista ao The Times, um acordo bilateral entre americanos e ingleses para o livre comércio. Como o parlamento inglês ainda não referendou o Brexit, o acordo bilateral não só é impossível, por ora, como foi interpretado como uma descortesia aos membros do bloco comum europeu. Os episódios são vistos como movimentos agressivos em direção à Zona do Euro.

Desejosos de que a sucessão de declarações mais radicais poderia ser apenas parte de uma estratégia de marketing pessoal de Trump, e que o presidente real – aquele que se apresentaria para administrar o país, se mostraria a partir da formação do gabinete de governo – mercado e especialistas esperaram as nomeações dos secretários antes de fazer projeções. Esperava-se um gabinete de notáveis, que aquietasse os ânimos com seus currículos. Não é o que tem ocorrido. Muitos continuam com o pé atrás.

Quase todos os membros indicados por Trump para o seu gabinete apresentam algum tipo de controvérsia, aos olhos de quase todo mundo. Do secretário de proteção ambiental, que defende o uso de petróleo e gás e menos regulações nesse sentido, até ao secretário de comércio que defende redução de acordos de livre comércio e também o afastamento da China, atualmente um grande parceiro econômico dos Estados Unidos, Trump vem colecionando desconfianças justamente no momento que precisa construir musculatura política. Quando tomou posse, Obama tinha confiança de 84% da população, Clinton 67% e George W. Bush 61%. Donald Trump chega ao Salão Oval com 40%.

Recentemente a economia americana recuperou espaço e tomou fôlego. É um momento em que o mundo aguarda, entre curioso e desconfiado, para saber quem será de fato o presidente americano: o Trump do discurso contundente de campanha, ou aquele homem de negócios de sucesso, que poderá gerir o governo americano como uma empresa próspera, propiciando que os Estados Unidos saiam definitivamente da crise econômica iniciada em 2007.

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