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Finanças, Política

Independência do Banco Central

29 de abril de 2016 0

independência do banco central

Durante a campanha eleitoral de 2014, falou-se muito sobre a independência do Banco Central. Com a crise econômica e a deterioração da nossa moeda, o assunto voltou às manchetes dos jornais como uma medida possível em um provável governo Temer. Cotado como Ministro da Fazenda do novo governo, o ex-ministro Henrique Meirelles defendeu semana passada a independência do BC. Há de fato benefícios em deixar que o Banco Central corra solto às políticas do governo?

Desde que foi fundado, em 1964, o Banco Central nunca foi independente, pelo menos no papel. Porém, alguns governos o deixaram funcionar com bastante autonomia, como durante a implementação do Plano Real, na década de 90.

Durante a implementação do Plano Real, que acabou com a hiperinflação e estabilizou nossa economia em 1994, o Conselho Monetário Nacional deixou de possuir inúmeros membros, passando apenas a três: o Ministro da Fazenda, do Planejamento e o presidente do Banco Central. Essa tríade passou a controlar com lupa os gastos públicos e guardar a estabilidade monetária do país.

Nos governos seguintes, houve mudança de diretrizes e o Banco Central passou a responder ao Ministério da Fazenda. Em resumo, o BC passou a acompanhar as políticas fiscais do governo, como por exemplo: a redução da taxa de juros para aumentar a oferta de crédito à população e estimular o consumo. Essas políticas, apesar de estimularem o crescimento do PIB, foram causadoras da alta da inflação, que é um dos efeitos da expansão monetária.

A estratégia do governo, que pretendia impulsionar a atividade econômica acabou por, além de aumentar a inflação e diminuir o consumo, criar os chamados pibinhos. A diminuição do PIB brasileiro afetou famílias e empresas. Hoje, qualquer governo que queira seguir rumo à retomada econômica deverá repensar as políticas fiscais e fazer muitos ajustes.

A possibilidade de Henrique Meirelles novamente no governo anima o mercado, pela sua biografia e seu grande conhecimento do mercado financeiro e experiência na vida pública. Um BC independente pode ser uma possibilidade de menor pressão política e talvez possamos pensar de verdade nas soluções a longo prazo.

O Brasil deve começar a trabalhar com os olhos nas próximas décadas, não somente no dia de amanhã. Seguimos na esperança de que as coisas mudem e comecemos a navegar sempre para o futuro.

 

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