Vender o discurso do golpe contra a democracia é a tática que o governo PT e a esquerda brasileira usam para se defender, mas o argumento não se sustenta. Sabemos que as pedaladas são apenas uma pequena parte do contexto político econômico, mas a indignação da grande maioria da população é, na verdade, contra o fisiologismo do governo petista, o que causou uma destruição sem precedentes nas riquezas brasileiras.
Não é novidade, na América Latina, conclamar a democracia apenas empunhando uma bandeira dita de esquerda, como podemos observar em países vizinhos aos nossos. Com raras exceções, esses países estão contaminados por equivocadas políticas populistas que não se sustentam nem economicamente e nem na defesa dos ideais democráticos. Existe, entretanto, uma nova onda que parece ter começado na Argentina, cabendo ao Presidente Macri a dura tarefa de reconstruir um país economicamente destruído pelas decisões políticas de Cristina Kirchner. O Brasil parece ser o segundo país latino americano a dar uma guinada de volta a um mínimo de credibilidade institucional.
O novo governo Temer terá a oportunidade de resgatar esta credibilidade, para trazer de volta a confiança e o capital dos investidores. A falta de investimento afeta todas cadeias de negócios, desde serviços ao mercado imobiliários, passando por indústria e comércio. É imprescindível para que as pessoas vejam as perspectivas de melhora econômica que a fórmula credibilidade e confiança resulte em investimento. Apesar das dificuldades que enfrentaremos, a chance de sair do atoleiro devido a um governo de coalizão é bastante grande, o que não seria possível no caso da continuidade do governo petista.
Acredito que, institucionalmente, o Brasil sairá fortalecido desta crise. Cada um dos três poderes exerceu seus direitos e deveres respeitando os outros poderes. O Supremo Tribunal Federal – STF funcionou como uma câmara de arbitragem imparcial em relação aos litígios dos partidos. A democracia nunca foi tão bem exercida por um país latino americano, o que nos leva a acreditar que se alguns dos países vizinhos tivessem poderes realmente independentes, como no Brasil, possivelmente seus governantes estariam no mesmo caminho que Dilma. A vontade popular se faz representada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, não apenas pela Presidência da República em si.
Não me surpreenderei se tivermos um ano de 2017 com crescimento positivo, mas também não me atrevo a fazer previsões, pois dependemos da habilidade de Temer em contornar as diversas situações adversas e demandas políticas dos partidos de apoio. Uma das grandes cartadas é fazer do PSDB o principal parceiro político na agenda de reformas estruturais que darão mais credibilidade e confiança junto ao sistema financeiro, destravando o crédito e deixando a economia girar novamente. Isto já é bastante significativo no contexto atual de uma economia que usa bastante alavancagem via crédito.
Finalmente, acho que o ano começa agora. Feliz 2016! Que seja cheio de esperança e amor para todos.
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