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Investimentos

Câmbio, Investimentos, Juros, Política
Um cenário de incertezas para 2016
11 de fevereiro de 2016 at 11:34 0

economia brasileira 2016

Começamos o ano de 2016 com algumas premissas negativas com o IGPM de janeiro, que veio bem acima do esperado. A prévia do mercado apontava para algo em torno de 0,93% e o efetivo ficou em 1,14%.  Sem dúvida que este será um ano de projeções marcadas por váriaveis econômicas complexas e com revisões bastante difíceis, assim como foi o ano de 2015.

Por que houve tanto erro nas avaliações de projeções econômicas ?

Primeiramente, a avaliação da piora econômica e a queda do índice de confiança foram fundamentais para que os números viessem com grandes desvios do projetado. O modelo moderno econômico não contempla hoje somente modelos ortodoxos, como também não só heterodoxos . Se tomarmos como exemplo a economia americana, o FED e o tesouro americano fizeram coisas impensáveis em outros tempos, como se tornarem sócios de instituições, capitalizando e injetando capital de equity nas instituições financeiras com o objetivo de dizer "não vai quebrar".

Olhando para a economia Chinesa, que contempla um modelo fechado e aberto, com políticas econômicas até mesmo agressivas e ao mesmo tempo controlando o fluxo de capital externo e investimentos, principalmente para pessoas físicas que somente têm opção de investirem lá ou em Hong Kong, com modelo híbrido de capitalismo selvagem e comunista, não sabemos dizer o que hoje se torna um modelo certo ou errado economicamente.

Também temos a zona do Euro, que tenta seguir sem sucesso a forma de reativar a economia através de alocação de liquidez abundante no sistema financeiro, além de taxas de custo de dinheiro negativa e tenta reativar a economia até mesmo para que produzam um pouco de inflação. Assim, tentando sair do alto índice de desemprego que vem ha algum tempo se mantendo acima dos 12% ao ano.

O que é então o modelo econômico certo para as nações, que contemplem a satisfação social de suas populações e deixem as contas públicas em ordem? Este é, de modo geral, o desafio de todos os governos, pois os movimentos sociais demandam sem parar e fazem com que a ordem econômica racional, que é somente gastar o que se tem, seja posta de lado pelos interesses das classes. Privados, públicos , políticos, corporativos, sociais e  assim por diante, todos querem manter prioridade em seus interesses, que no final é a procura pelo mundo economicamente  perfeito.

Este mundo não existe e nunca existiu, pois todos os conceitos macroeconômicos politicamente corretos foram quebrados nesta última década. Por isso sou contrário à política de juros ortodoxa neste momento, pois ela  somente contribuirá para agravar a situação delicada e perigosa que estamos passando no Brasil, pois não estamos em um momento de normalidade econômica. Então, medidas de soluções normais não deveriam ser aplicadas, quando nosso momento é similar ao 2008 dos EUA, sem o abalo do sistema financeiro.  Mas basta ver os números negativos e crescente dos indicadores econômicos onde, se nada for feito de concreto, a deterioração das contas serão explosivas.

Estamos passando por um momento de muita incerteza, tanto pelo lado político como pelo econômico, ainda associado aos fatores externos que poderão ser impactantes em todas economia mundial, como: a redução de crescimento ou mesmo o estouro da bolha chinesa, que poderá contaminar outros países Asiáticos, mais a crise dos preços de petróleo que afeta diretamente as Cias. deste ramo e o orçamento de vários países dependentes da receita desta commoditie, podendo o preço de petróleo significar a falência de centenas de produtores.

Até a imigração síria na Europa, que aumenta o problema do continente Europeu, pode se agravar ainda mais com o referendo britânico. Possivelmente deverão votar a saída ou não da comunidade do euro que, caso se concretize (o que acho bem provável), a Alemanha ficará em um posição bastante delicada, pois a conta ficará – em sua maior parte - para ela e poderá comprometer o futuro do Euro, gerando uma maior desvalorização. Então a dúvida sobre o futuro do Euro novamente poderá vir à tona.

O papel de locomotiva econômica volta a se fortalecer na moeda americana que, sem dúvida, continuará a se valorizar perante as outras moedas. Mas não esqueçamos que estamos diante de uma nova eleição americana para presidente e os EUA também têm seus problemas de limite de endividamento. Até quando conseguirá carregar o mundo como locomotiva se todos forem mal?

Voltando ao plano interno, eu diria que podemos avaliar alguns cenários básicos sem nos atrever a sermos honestos com os números, mas simplesmente arriscar através da tendência objetiva e racional:

Considerando que o processo de impechement morre, teremos 3 anos de uma política econômica quase que totalmente presidencialista no sentido de que o Executivo poderá contar com pouco ou quase nenhum apoio no Congresso, exceto por alguns pontos de pauta de interesse comum não muito relevantes. E como vai se governar assim?

Ora, o governo tem de trabalhar com o que tem nas mãos e se preocupar em levar o avião com a asa quebrada para fazer o melhor pouso possível daqui a três anos, utilizando todas as ferramentas disponíveis para fazer uma gestão com o que o momento lhe permite.

Não vai ser onerando o capital, como estavam propondo até a gestão do Ministro Levy, ao tributar todos os tipos de investimentos de renda fixa que foram criados, dividendos, bolsa de valores e patrimônio, pois o cidadão já é tributado em excesso, o capital está cada vez mais concentrado nas mãos de poucos. E isto continuará a ser uma tendência no mundo e não vai mudar assim. É fundamental atrair o capital para interesses comuns, que signifiquem mais empregos e gerem mais impostos, porque o cidadão deveria ser estimulado a aplicar seus recursos aqui no Brasil, mesmo com o alto risco em que se apresenta o país, e não ser estimulado a mandá-lo para fora.

O capital público já foi maltratado ao extremo com projetos de péssimo retorno, mas poderia certamente ser melhor utilizado para reduzir alguns impactos como o crescimento da dívida pública e em outros projetos que pudessem melhorar o impacto no curto prazo.

O momento é de atração de investidores para projetos de demanda. O capital desconfia do momento, mas não para aquisições, como vem sendo demonstrado pelos inúmeros negócios que estão sendo concretizados por estrangeiros e que deveriam ser estimulados via mercado de capitais ao investidor local e externo, pois é ele quem vai investir nos veículos financeiros via mercado de capitais.

Além disso, o governo poderia propor uma desregulamentação e desburocratização de vários setores que emperram a economia, como por exemplo o que estão fazendo para o setor de aviação - poder receber capital estrangeiro e assim viabilizar as cias aéreas que precisam estar fortes, pois são fundamentais à logística das pessoas.

O caso da Petrobras é típico com o lema histórico de “o petróleo é nosso", onde esqueceram de que para ser nosso precisamos ter recursos para extraí-lo. Assim criou-se a besteira da obrigação de ter percentual de nacionalização e a Petrobras ter de ser dona de tudo. Acabamos ficando na mão.

Como estimular o capital a tomar mais risco? Somente através da confiança e credibilidade, coisas que andam bem abaladas por aqui.

O discurso continua invertido, deveria se falar e tomar atitudes claras em relação à contenção dos gastos e metas de redução da máquina governamental e não pedir somente aumento de tributação, o que gera a pior percepção possível. Novamente tenta-se ir pelo caminho mais fácil, que não gera confiança e nem credibilidade.

Falta transparência. O que foi feito de prático em relação à redução dos ministérios e como se está fazendo isso efetivamente? Acredito que 90% da pessoas não têm ideia de muitas medidas que, acredito, devem estar sendo implementadas com vista à redução e racionalização dos custos.

A única linguagem que os donos do dinheiro poderão acreditar é a de que o país está indo em uma direção minimamente coerente, trabalhando forte no corte de custeio da máquina pública. Quando o governo diz que não tem de onde cortar, dá a impressão que na realidade não quer.

Voltando aos cenários, acredito que a inflação será acima dos 10% novamente,  pela instabilidade dos preços e da economia relativamente fechada pela nossa burocracia excessiva. Mesmo com o risco da perda de mercado, o aumento de preços tenderá ser repassado mesmo com a queda de volume, pois a característica de uma lei de mercado como o nosso (fechado e restritivo) é a da ineficiência mercadológica. É assim em todos segmentos, como por exemplo o cartório que não baixa o preço do reconhecimento de firma porque dominam o mercado e o mesmo acontece em vários serviços administrados. Funciona mais ao menos assim: as taxas de cartão de crédito e cheque especial são punitivas a todos por que? Os bons pagam pelo maus pagadores e o modelo não diferencia o bom pagador do mau.

Assim, muito da inflação está na inércia dos preços com exceção das comoditties e varejo. Para dar mais ênfase ao que falo, é como o caso atual do preço do petróleo, que despencou nos mercados internacionais mas o nosso preço interno se mantém inalterado. Isto é economia de mercado fechada, para que entendam bem.

Quanto ao câmbio, acredito que só sobe se agravado por fatores externos, pois acho que vai trabalhar até o teto de R$ 4,50. O dólar é ligado mais a eventuais impactos externos do que internos. Caso aconteça algum evento extraordinário e não precificado na economia mundial, aí sim poderão impulsionar mais o preço do dólar.

Sobre juros, como já venho falando, acredito na manutenção ou até mesmo na queda, dependendo do desaquecimento da economia. Acredito num PIB de -4% ou até mais, dependendo dos fatores políticos ou do cenário de agravamento da crise, impactada pelo imobilismo do governo, se o plano for só o aumento de impostos.

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Investimentos, Política
A derrocada da Petrobras
21 de janeiro de 2016 at 16:17 0

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O futuro incerto da Petrobras está cada dia menos promissor, perdendo a confiança dos investidores. E para piorar, ainda tem o lado do valor do petróleo que deixa dúvidas sobre a capacidade deste setor aguentar a baixa forçada, por causa da guerra de preços.

A volta do Irã ao mercado de petróleo, sendo o quarto maior produtor do mundo, coloca um futuro sombrio no setor, de modo geral. A quem interessa o preço do petróleo despencar? Somente aos mega produtores, que têm um custo de produção muito abaixo da média, como a Arábia Saudita e o próprio Irã que além de estar de volta ao mercado, ainda possui uma reserva gigantesca de petróleo e de capital. Nesta situação, pode aguentar um período mais longo desta guerra preços.

O cenário da Petrobras é completamente diferente, pois precisamos de um preço de mercado por volta de $40 o barril, para podermos viabilizar o custo do Capex e a dívida acumulada (que é a maior do mundo corporativo).

Conforme informações da própria empresa, o Pré-Sal poderia ser explorado pelo custo de 8 dólares o barril, mas as dificuldades de financiar o Capex estão se avolumando com os preços do petróleo em queda e o estragulamento financeiro. Com essa situação de mercado complexa, a dificuldade de trazer parceiros para investimento será muito grande.

Parece que a grande solução para Petrobras será a venda de ativos para pagar dívidas, o que é uma pena. No momento atual o mundo dos emergentes sofre com uma crise econômica somada a uma crise de petróleo. Não teremos vida fácil para investimentos, pois comprar ativo está mais atrativo do que tomar risco de performance em project finance no Brasil.

Sinceramente está muito difícil fazer uma análise sobre qual será o futuro da Petrobras, pois a mesma está ficando pequena dentro do contexto corporativo, a exemplo da Eletrobrás que foi perdendo seus ativos e hoje vale 10% a 20% do que já valeu. A Petrobras já está na mesma situação.

Está parecendo que vamos entrar em uma "Era" diferente, a pós Xisto. O preço do Xisto está no nível de 60 dólares, ficando atrativo para a produção. Isso cria mais uma super oferta de produção de energia e por isso os grandes produtores que têm custos muito baixos de extração querem se sobressair aos produtores americanos. Creio que dificilmente consigam, pois cada vez mais a tecnologia vai baratear o custo da produção e assim vai sendo criada uma nova ordem de mercado.

A própria Brasken está transferindo uma planta para o México, em função do custo do Xisto, em detrimento a Coperg. Sem dúvidas que a vida ficará mais difícil para produtores como o Brasil, Venezuela, Rússia e outros que terão de investir mais para extrair mais barato que a planta atual.

O produto interno bruto (GPD) mundial não caiu na mesma proporção que a queda do Barril de Petróleo, fato causado propositalmente pela super oferta energética.

De certa forma esta conjuntura servirá para mostrar a alguns grupos nacionalistas, que sempre alardearam que “o Petróleo é nosso” e superestimaram a importância de ter o controle nas mãos do governo, que além de restringirem o capital estrangeiro quando houve a descoberta do Pré-Sal ou mesmo a fornecedores da Petrobras (que têm de ter no mínimo um % de indústria nacional), em muitos casos ainda fizeram com que a Petrobras pagasse muito mais caro.

Segundo a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustiveis) e do Jornal Valor Economico, “com o barril do petróleo tipo Brent a US$ 51 e o WTI abaixo de US$ 50, diversas operações de xisto deixam de ter viabilidade econômica, afirma o analista Virendra Chauhan, da Energy Aspects. Nas contas dele, um preço de US$ 60 por barril prejudica três das seis mais importantes áreas de produção de xisto nos EUA. Considerando o preço atual do barril na casa dos US$ 50, a maior parte dos produtores fica em situação ruim e, por isso, suscetível a reduzir suas atividades de perfuração, princialmente em áreas periféricas.”

No final tudo se resume em mercado, por mais que não gostemos, pois o preço da matéria prima no mercado de commodities é que vai ditar o destino de cada Companhia do setor, inclusive da Petrobras. E isso tudo vale também para o Trigo, a Soja, o Álcool e assim por diante.

Um fator positivo para a Petrobras é o seu monopólio, que permite que a estatal estipule os preços do mercado interno de combustível. Isso pode ser bom para a petroleira, mas o monopólio é ruim para os consumidores, que não se beneficiam da queda do preço do petróleo.

Possivelmente o melhor dos mundos seria agora a Petrobras somente produzir o que comercializar, mas sabemos que não funciona deste modo. O lado ruim é que não poderemos diminuir a inflação baseando-nos na queda do petróleo, pois o preço é fixado pelo governo que precisa ter resultado na operação. E assim os brasileiros subsidiam a Petrobras, sabiam?

Qual a solução para este imbróglio que o governo se meteu? Precisamos administrar uma solução para reduzir a dívida e não ter de colocar dinheiro em uma empresa que, por décadas, sempre foi muito lucrativa. Capitalização em um momento em que a empresa está nas mínimas históricas não parece muito adequado.

Rolar dívida e cortar investimento além de vender participações de subsidiárias parece ser a receita atual, mas que está longe de ser a solução, pois os mercados poderão continuar a pressionar o preço do petróleo até, quem sabe, 20 dólares o barril. E aí?????

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Finanças, Investimentos, Tecnologia
O porque do sucesso da nova “economia da tecnologia”. 
13 de janeiro de 2016 at 13:08 0

economia empresas de teconologia

Sem dúvida nenhuma nos dias de hoje já não questionamos a economia virtual. Em determinado momento em que houve o boom do nascimento destas empresas, houve um certo exagero de tudo, como por exemplo as relações de preços justos. E até após ao estouro da bolha deste segmento nas bolsas, as empresas virtuais foram se ajustando ao contexto da economia real e hoje acredito que o sonho virou realidade.

Foram grandes as transformações, empresas foram criadas em todos setores, a grande maioria pelo conceito de "uma grande ideia" e depois do passar dos anos, após a criação da Internet, foi-se percebendo que com a disseminação da informação a grande ideia passou a valer pouco.

Com o passar do tempo, a grande ideia foi de 80% a 20% da performance. Nos dias de hoje a ideia vale 20% e a execução 80%. Isto são os dias de hoje. Assim, se você tiver alguma grande ideia, tente ver todo o processo de execução antes, pois a Internet vai sempre encontrar alguém com ideias semelhantes. Hoje, com raras exceções, esse contexto é quebrado. A Google, Apple, Amazon, Uber, Facebook, Twitter, Linkedin, Instagram, WhatsApp, Waze e outros inúmeros aplicativos do mesmo segmento, por que se tornaram as maiores empresas do mundo, desbancando todas corporações tradicionais? Qual o segredo do sucesso de muitas delas? Será que foi a ideia?

A resposta é não, pois basta ver a história de cada uma para entender que quase todas essas empresas fora criadas não somente pela ideia, como no caso da Google, pois já existiam inúmeros sites de busca que foram criados na mesma época, mas a Google conseguiu se diferenciar pela forma fácil de lidar com a busca de informações. Lembram, nós tínhamos o Cadê, Yahoo, Altavista e outros. A Google encontrou a forma de consolidar a busca da informação da melhor forma já feita até os dias de hoje.

Essas empresas estão ficando tão grandes que dificilmente alguma outra do gênero terá a capacidade de investimento para competir, mas aí que entram os aplicativos, como foi o caso do Whatsapp que começou a incomodar o Facebook, que usou o seu tamanho para adquirir o Whatsapp. O Whatsapp encontrou uma forma muito eficiente de se comunicar e não foi uma nova ideia, lembrando que o BlackBerry veio na frente.

Na realidade, acho que o sucesso deles está na sua praticidade de contextualizar e facilitar a nossa vida. Antes de mais nada, eles são facilitadores de vida. Parece brincadeira, mas se analisarmos todos que deram muito certo, veremos que são sites ou aplicativos muito simples e que acabaram vindo ao encontro da demanda de uso onde quanto mais simples e fácil de usar, maior o sucesso e maior o seu valor.

Alguns hábitos da vida cotidiana estão sendo mudados pelo uso destes aplicativos. O UBER e o Waze, por exemplo, estão mudando o sistema de transporte qualificado nos grandes centros.

A regra do sucesso destas empresas é simples: tudo que facilitar a nossa vida e for de simples execução, tende a ter sucesso. Eis a nossa nova economia, a "Economia da Tecnologia", com preços competitivos e evolução dos sistemas tradicionais.

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Finanças, Investimentos, Política
MP 694 vai acabar com a isenção de IR para investimentos
8 de janeiro de 2016 at 14:20 0

IR investimentos

Em dezembro o mercado financeiro ficou em alerta pela possibilidade da votação da MP 694/2015 no Senado Federal. Essa Medida Provisória altera drasticamente as regras de tributação dos investimentos. A votação foi adiada para fevereiro, pois há muitas divergências.

A Medida propõe aumento de tributação para aplicações financeiras como, por exemplo, as alíquotas do Imposto de Renda cobradas sobre os juros da renda fixa (como CDB e debêntures) para 22,5% no caso de operações de até 360 dias, chegando a 15% para prazos acima de 1.080 dias. Também serão criadas alíquotas de tributação que variam de acordo com prazo para os rendimentos que são isentos desde 2012, como as LHs (letras hipotecárias), LCIs (letras de crédito imobiliário), CRIs (certificado de recebíveis Mobiliários) e LIGs (letra imobiliária garantida).

Se aprovada a MP, todos os ativos sofrerão grande impacto. O crescimento da indústria imobiliária será diretamente afetado, para pior. E a tributação, como para qualquer setor obviamente, será repassada ao consumidor final.

O governo precisa, realmente, rever muitas coisas. Mas que seja de maneira bem pensada e planejada, pois os incentivos promoveram para o país grandes investimentos, injetando bilhões de reais em projetos prioritários, especialmente os de infraestrutura, como transporte, energia, saneamento, desenvolvimento tecnológico e outros.

Inúmeros investidores deixarão de apostar nestes projetos, caso o texto seja aprovado como está. Precisam ouvir o setor, para não piorar ainda mais a situação da economia com uma “solução” do déficit feita às pressas e descuidadamente.

Acredito que até o mês que vem percebam os enormes efeitos negativos que esse aumento na tributação pode causar, principalmente em uma economia já em recessão e com o poder de compra do cidadão comum sendo corroído por uma inflação de mais de 10% ao ano.

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Bolsa, Câmbio, Investimentos, Política
Cobrança de IR em remessas ao exterior vai alimentar mercado paralelo
7 de janeiro de 2016 at 14:58 0

ir sobre remessas ao exterior

Infelizmente não há notícias animadoras para que eu possa comentar com alguma alegria. Hoje me pego preocupado com a decisão do governo de não renovar a a isenção de Imposto de Renda (IR) para remessas de até R$ 20 mil por mês ao exterior destinadas a despesas educacionais, de serviços turísticos e hospitalares.

Este é mais um absurdo, feito de forma desorganizada, que recai diretamente sobre os brasileiros. Vemos nas estatísticas o grande aumento do número de jovens que foi estudar no exterior. E essa oportunidade para eles é muito importante, pois garante qualidade. Um pai que trabalha, paga seus tributos já altíssimos no Brasil para poder enviar recursos aos filhos que estão no exterior, agora deverá pagar mais 25% sobre essas remessas. Isso provavelmente prejudicará a continuidade de um projeto de vida.

Mas não só esses jovens e famílias serão prejudicados, como também aqueles que estão no exterior em tratamento hospitalar e seus acompanhantes. A consequência social negativa de uma medida estabanada como essa é muito grande.

Além das pessoas físicas e seus projetos pessoais, a decisão afeta as empresas de turismo que mantém negócios e funcionários no exterior. Para essas empresas, a isenção era sobre remessas até R$ 10 mil. Pagar o hotel de um pacote de viagem fechado aqui no Brasil, por exemplo, já custará 25% de imposto a mais. Manter os empregados lá será muito mais oneroso. Ou seja: o risco de demissões também assombra esse segmento.

De acordo com o Jornal Valor Econômico, “para se ter uma ideia dos montantes movimentados em algumas das rubricas que contavam com isenção fiscal, os gastos com educação fora do país somaram US$ 804 milhões em 2015 até novembro; com saúde foram gastos US$ 5 milhões; as viagens de negócios atingiram US$ 1,538 bilhão; e as viagens pessoais outros US$ 9,321 bilhões. “

Sabem o que vai acontecer no meio disso tudo? O efeito inverso. Vai haver um retrocesso de dez anos, jogando fora todo trabalho do setor e do governo para regularizar essa operação, facilitando a vida dos brasileiros sem onerar o orçamento através de uma bitributação. Em vez de atrair mais divisas, o Brasil vai causar uma fuga imensa de capital e ainda inflar o mercado paralelo de maneira impensável.

É uma decisão retrógrada, que vai prejudicar as empresas e famílias que dependem do envio de dinheiro aos seus dependentes no exterior. Espero realmente que haja um movimento para que o governo repense a decisão.

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Bolsa, Investimentos
“Circuit Braker”: a paralisação da Bolsa chinesa
4 de janeiro de 2016 at 18:10 0

circuit braker

Começamos a primeira segunda feira útil do ano com a surpresa, que foi o "circuit braker" nas bolsas chinesas, que é a interrupção das operações, pela primeira vez na história. As bolsas do mundo inteiro foram afetadas. No Brasil, a BOVESPA entrou em queda e o dólar passou R$ 4,00.

A indústria chinesa vem encolhendo por 10 meses consecutivos, o que preocupa a todos, pois a China é um dos maiores importadores e também um grande exportador e, quando seu desempenho diminui, afeta os mercados do mundo todo.

Por sermos grandes parceiros comerciais, o problema na China agrava ainda mais a situação da economia brasileira. Com a perspectiva de redução do crescimento chinês neste ano, as nossas exportações serão diretamente afetadas, principalmente a de minério de ferro. Metade de todo minério de ferro extraído no Brasil é importado pela China. Sim, 50% de toda nossa produção. A soja também é uma commoditie que será afetada, porém temos as compensações em todo mercado global.

O movimento de desvalorização do dólar também é um fator preocupante para o Brasil. O ciclo de desvalorização das moedas dos países emergentes vai dificultar ainda mais o fortalecimento das exportações e das importações para as empresas brasileiras. As exportações são grandes aliadas à indústria neste momento de crise econômica no país.

O Brasil agora, mais do que nunca, precisa providenciar uma maneira rápida e eficaz de avançar nas reformas que, ao menos, possam impedir a piora deste quadro.

Feliz 2016, Brasil!

 
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Bolsa, Câmbio, Finanças, Investimentos, Juros, Política
2016: um ano cheio de desafios
29 de dezembro de 2015 at 14:47 0

Feliz 2016

Feliz ano novo! É essa a expectativa tradicional de um ano vindouro sempre melhor do que o que passou. O ser humano é crédulo e se mantém vivo e forte pela esperança: sem ela já estaríamos mortos.

Mas, na nossa realidade, sem dúvida, o ano de 2016 será duro e difícil para todos os cidadãos brasileiros em todos os níveis sociais: pobres, dependentes do Bolsa Família, os da classe média, ricos, empreendedores, investidores. Todos, sem exceção, terão de trabalhar mais para preservar as conquistas importantes de toda uma década e que agora começam a escapar de nosso controle.

O primeiro desafio será o combate ao desemprego, que tende a crescer fortemente já no primeiro semestre e afetará toda a cadeia de consumo. Nos negócios em geral, deverá haver uma busca incansável por maior produtividade, através de redução de custos nas empresas e profissionais mais qualificados, dado que haverá grande oferta desse tipo de mão de obra no mercado.

Outro grande desafio será o controle da inflação, apesar do ambiente desfavorável em que teremos de trabalhar, com juros altos, consumo reduzido, repasses de câmbio e juros e aumentos de impostos para toda a cadeia produtiva até o consumidor final.

A fórmula de sobrevivência é simples: primeiramente redução de custos; depois,  aumento de produtividade via terceirização para reduzir a carga tributária, mais tecnologia, menos preocupação com aumento de market share, maior repasse de margem de lucro em uma economia que vai encolher pelo menos 8% acumulados no período 2015/2016.

A parte boa para o empreendedor será a via da exportação, beneficiada pelo câmbio e um mercado interno relativamente fechado pela cunha fiscal. Além disso, temos os preços administrados e contratos indexados de serviços, que fazem com que tenhamos pouca margem de manobra sobre a inflação.

O resumo disso tudo é parecido com um ônibus lotado que vem em alta velocidade e dá uma freada para evitar uma colisão. Já sabemos o que acontece: muita gente cai, alguns se machucam e os mais fortes se agarram onde podem e sobrevivem à freada.

Essa analogia é a simplificação de uma economia alavancada por empréstimos e alongamento de prazos e múltiplos de EBITDA de primeiro mundo em que teremos de fazer um ajuste para um ambiente moderado e recessivo, sem o apoio dos bancos governamentais, que terão de conviver com o custo maior da inadimplência.

Esses desafios serão parte do que já conhecemos, mas ainda existem as variáveis desconhecidas, que sempre podem impactar a vida das pessoas, como, por exemplo, o advento da Lava à Jato que, com a prisão de André Esteves, seu presidente, quase implicou a destruição de valor do BTG Pactual e, sem dúvida, gerou ainda maior perda de valor para o mercado, já que se trata do maior Banco de Investimento da América Latina.

Um ponto que se deve considerar é a manutenção do sistema financeiro num ambiente benigno, com seus principais participantes fortes e capitalizados, com um alto desenvolvimento bancário promovido pelo Banco Central no que se refere a um dos melhores sistemas de pagamento do mundo.

Em todas as economias que foram destruídas, seus principais bancos quebraram ou afugentaram os bancos estrangeiros através de governos populistas, como foi o caso de Argentina, Portugal e Grécia.

Quanto mais preservado for o sistema financeiro, mais forte e rápida será a retomada do crescimento, pois a economia é irrigada por esses agentes bancários. Esse é um ponto a favor do Brasil.

Tenho fé de que todos vão se preparar para a tempestade que pode vir, mas ela vai passar e o brasileiro, que sabe fazer isso, deve se  reinventar em todos os segmentos e níveis sociais. Nada ocorre em vão: vamos, pelo menos, ganhar mais consciência para escolher nossos governantes, pois é através do voto que faremos um país melhor sem nos deixarmos enganar por promessas fáceis e levianas. É com a qualificação do voto que chegaremos ao Olimpo.

Que todos tenham um feliz ano novo, cheio de esperança!

Saul Sabbá, Dezembro de 2015

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Investimentos, Juros, Política
A difícil decisão do rumo dos juros.
9 de dezembro de 2015 at 16:09 0
alta dos juros Com a Ata do Copom confirmando de manutenção do patamar dos juros atual e sinalizando uma vigilância do BC em relação à inflação, passando a percepção de que não está assistindo passivamente a persistente manutenção dos altos índices de inflação, mesmo que isso implique em maior redução da atividade econômica, voltou a reinar a discussão novamente sobre qual será  o rumo dos juros.

Já existe uma corrente de economistas que começou a exercitar a possível alta do juros em função da Ata do Copom, principalmente aqueles mais adeptos da teoria ortodoxa, que pregam a qualquer cenário a perseguição do cumprimento das metas de inflação, utilizando sua principal arma que é a alta dos juros para que a economia rompa este ciclo inflacionário através de um choque na oferta e na demanda, cujo resultado seria a queda dos preços.

Sem dúvida que, tecnicamente, a tese é perfeita e sempre que a contrariamos pagamos um alto preço futuro por este relaxamento. Vejam o que aconteceu com a economia, que vinha em um ciclo de expansão tipicamente desenvolvimentista e heterodoxo, cujo resultado está aí: a economia se desarrumou fortemente até porque ancorou o crescimento em crédito e estímulo ao consumo, com alongamento de prazo.

Assim, os defensores da política econômica ortodoxa têm a política monetária como pilar dos ajustes da situação macroeconômica em que o BC não é, nem pode ser, parceiro de crescimento, mas sim controlador da inflação, induzindo ou não os mercados e a atividade real a fazerem seus movimentos de investimentos. Isso, por credibilidade, assim como funcionam as economias mais desenvolvidas como a dos EUA, com o Fed (a mais de uma ano e meio) somente fazendo menção sobre sua atuação na possibilidade de subida dos juros gradualmente, em função da percepção de que o aquecimento da atividade industrial e comercial comecem a contaminar a inflação. Assim, as curvas de juros mais longas capturam estas tendências e se movimentam já com um impacto sobre a economia de empréstimo, como está acontecendo. Este é o movimento clássico.

Voltando ao Brasil, não podemos desconsiderar vários fatores que podem contrapor esta teoria, como o ambiente político adverso e como o ciclo de recessão, assim como uma boa dose de predominância fiscal, que inegavelmente se encontra instalada nos dias de hoje. Mesmo que o BC não goste de considerar este aspecto, pois joga contra ele, dá a entender que poderá ficar neutro, o que não é bom.

Além de que, quando o mercado incorpora o conceito de predominância fiscal, contribui para neutralizar mais ainda a política monetária e fica na dependência, predominantemente, do ajuste fiscal, que acaba na pauta política incluindo as reformas e aumentos de impostos.

A questão agora é: se houver alta dos juros, caso o BC decida retomar, até que ponto seria vista como um impacto redutor da demanda de consumo com consequências na queda da inflação? Ou será  vista como um realimentador de mais um repasse de preços, pelo custo do crédito em geral? O aprofundamento da recessão e o próprio aumento dos juros pode deprimir ainda mais a combalida economia e não surtir o efeito desejado de buscar o centro da meta de inflação e ainda implicar em um custo social muito mais elevado do que já se encontra.

No meu ponto de vista, não vejo como uma alta de juros poderá contribuir para uma já tão combalida economia, pois o ponto não é ser ortodoxo ou heterodoxo. Não estamos em um ambiente de pleno exercício de eficácia das ferramentas de juros e câmbio, mas sim em um ambiente maligno, no qual  já existe uma contração das linhas de crédito, como também os spreads bancários estão muito acima de uma situação de normalidade. Isso faz com que  a economia como um todo perca a sua dinâmica e impacte fortemente a cadeia de fornecedores e  consumidores. Este ponto é relevante, pois poderá o aumento de juros induzir a recompor as margens das empresas já tão impactadas pelas taxas altas dos empréstimos.

Outro ponto relevante é o setor imobiliário, que funciona através da captação de poupanças e a falta de atratividade tende a piorar a competitividade e aumentar o rombo da Caixa Econômica, que detém algo em torno de 70% do mercado imobiliário. O déficit dos saques da poupança estão em torno de R$ 70 bilhões. Este também é um problema sério que deverá ser levado em conta, pois vai aumentar o déficit do governo.  A Caixa Econômica capta estes déficits em CDB e LCI, que são taxas Selic, gerando um spread negativo em função dos empréstimos antigos já contratados em bases de captação. (TR +6% a.a).

Vocês conhecem aquela história do homem que estava ajustando a porca no parafuso e pensou “vou dar mais uma atarrachada” mas daí a porca espanou? Este é o dilema maior do BC: se apertar demais a porca pode espanar, mas se não fizer nada pode ter uma alta da inflação com pouca margem de controle.

Solução à vista? Só um choque de credibilidade.

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Bolsa, Investimentos, Juros, Política
Um novo cenário inesperado.
3 de dezembro de 2015 at 14:20 0
crise
Está difícil fazer previsões econômicas e políticas, dado o fator de imprevisibilidade. Já começávamos a acreditar que estávamos começando a enxergar as variáveis possíveis, como comentei em outro artigo intitulado House of Cards, pois dentro do meu cenário sempre considerei a estabilidade financeira bancária, além das reservas cambiais como um diferencial na nossa crise que se aprofunda e, sem dúvida, entrará na "Hora da Verdade" no primeiro trimestre de 2016, com um aprofundamento e com acúmulo dos fatores externos que não ajudam em nada a situação.
Agora a crise será turbinada por mais desdobramentos alheios ao mercado. Mal recuperamos o fôlego sobre as notícias vinculadas à Lava-Jato e veio a notícia da aceitação por parte do Presidente da Câmara da abertura do processo de impeachment, que muda o quadro radicalmente. É certo que se desenham vários cenários, como já vínhamos comentando, de que a solução econômica passará pelo cenário político, cuja deterioração certamente acontecerá com a perda de mais um ou dois Investment Grades, em função do recrudescimento da crise no primeiro trimestre de 2016, apelidada pelos economistas de Hora da Verdade.
O que podemos esperar em relação a investimentos no curto prazo? Não está difícil apostar em uma nova alta do dólar, mesmo nestes patamares. Possivelmente poderemos vê-lo acima de R$ 4,50  já no primeiro trimestre de 2016. Quanto à situação dos juros está mais difícil de avaliar, pois o aprofundamento da recessão, quando poderemos considerar um possível PIB negativo no ano que vem por volta de até 3%, não deixa muitas opções de uma nova alta de juros, com a inflação em patamares parecidos com 2015. Uma grande dose de incerteza sobre os acontecimentos políticos, agora turbinados pela decisão de Cunha, poderá deixar o governo e o BC com pouca margem de manobra e refém da inflação em alta, desemprego em alta e aumento de déficits de todas as naturezas.
A economia será o ponto de inflexão para a presidente da República, pois a insatisfação popular será alimentada ou não pelos resultados econômicos que, em caso de piora - o que é muito provável, poderão incendiar novamente as ruas. Cunha jogou gasolina na fogueira.
Outro ponto grave é que, até então, os investidores estrangeiros efetivamente não retiraram recursos do país. Agora, em função destas variáveis internas e externas acima mencionadas, somadas à incerteza política dos nossos líderes e mais o que pode acontecer pelo lado da Lava Jato através das novas delações, serão geradas mais incertezas no mercado.
Os próximos capítulos de House of Cards mostrarão o clímax total a partir de agora, como já venho falando em outros artigos. A melhor solução será a resolução, pois o pior dos mundos seria nada acontecer.
Acho que vem chuva por aí, vamos procurar um bom abrigo para não levarmos um raio na cabeça.
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Bolsa, Investimentos, Política
Fusões e negócios com estrangeiros disparam no Brasil em crise
27 de novembro de 2015 at 13:42 0

fusões e negócios

O dólar alto tem atraído para o Brasil investidores estrangeiros que enxergam, em meio à instabilidade política e econômica, uma oportunidade de obter rendimentos. Aparentemente as empresas estrangeiras estão apostando mais no Brasil do que as nacionais, como falei no meu artigo anterior sobre investidores estrangeiros que desembarcam no país atraídos pelo dólar.

Segundo a Pricewaterhouse, desde o ano 2000, é a primeira vez que as empresas internacionais fazem mais negócios com o país do que as locais. Basta vermos o número de grandes fusões que aconteceram ultimamente, como por exemplo a Coty que comprou a Hypermarcas. A Price diz que em 2015, já foram fechados por estrangeiros 285 negócios de fusões e aquisições no Brasil, o que significa 5% a mais do que 2014. Já os negócios brasileiros representam 26% a menos do que no mesmo período do ano passado, sendo 275 negócios neste ano.

O que preocupa é que este ano foi péssimo para o mercado de capitais em geral. Aqui dentro as nossas empresas têm sentido o forte impacto da inflação e da instabilidade econômica, enquanto – apesar do entusiasmo – os investidores estrangeiros foram impactados com a nossa perda de grau de investimento pelas agências de rating, a economia chinesa e a perspectiva de alta dos juros americanos.

A queda nos negócios este ano, representam 35% em relação ao ano passado. A Bovespa, a BM&F estão trabalhando com um volume inferior. O pior desempenho desde 2008, quando a crise internacional estava no auge. Todas as transações foram afetadas, incluindo renda fixa, debêntures, CRIs e FIDCs.

O que podemos ver é que foram feitas mudanças para fortalecer o mercado de capitais, que tem sido uma alternativa de crédito para empresas. Mas ainda a maior fonte de renda para empresas abertas tem sido o mercado internacional. E temos agora a padronização das debêntures, que podem ser uma saída, com maior liquidez.

A aquisição da Alpargatas pelo grupo J&F na segunda-feira por R$ 2.6 bilhões mostra que o mercado nacional ainda se movimenta, mas para quem acostumou a ver empresas brasileiras em constante expansão interna e externa, como a compra do Burger King ou da Budweiser, o momento atual é de angustia.

Os boatos de que mais uma agencia reduzirá o rating nacional contrastam com as expectativas de que o Brasil saia da recessão na metade do ano que vem. Como eu já disse antes, ao investidor sábio e preparado resta uma única estratégia: esperar e observar com calma, para não ser pego desprevenido e ficar atento para fazer bons negócios que aparecerem.

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