Diz o ditado que depois da tempestade sempre vem a bonança. Aqui no Brasil ainda não estamos na fase da bonança, mas já podemos ver um horizonte muito promissor. Uma janela de oportunidades que deve ser bem aproveitada por todos.
Apesar dos problemas que ainda enfrentamos, o humor do mercado está mudando e o índice de confiança está subindo cada vez mais. E apesar de não ser uma recuperação real, a percepção dessa confiança traz fluxo de capital externo e melhora a precificação dos ativos, o que pode ser confirmado com as altas consideráveis que alguns setores vem alcançando na Bolsa. Dadas as circunstancias de investimento do ambiente global – em especial na Europa, com a falta de opções em países de política econômica confiável em razão dos juros negativos e a crise no Oriente Médio – o Brasil oferece mercado não apenas especulativo, mas também para investimento em infraestrutura e setores correlatos.
Uma das vantagens é que ao contrário de outros países que passaram recentemente por crises econômicas, a nossa não foi acompanhada por crise financeira. Passamos por restrição de crédito – dado o alto índice de inadimplência os bancos colocaram o pé no freio e com isso se agravou a crise. O brasileiro também se conteve mais nos chamados gastos “desnecessários”, mas a percepção da confiança já faz com que ele volte a gastar novamente, fazer empréstimos, compras a prazo e investir no sonho da casa própria
Nosso sistema financeiro bem estruturado permite essa recuperação mais rápida. Aqui, a Caixa Econômica Federal resolveu elevar o teto do valor dos imóveis financiáveis e acelerar a aprovação de crédito para pessoas físicas e apenas o esforço em aquecer o setor imobiliário já tem impacto positivo nas previsões do PIB.
A mudança do processo de gestão brasileiro, principalmente com a escolha de dirigentes técnicos para cargos diretivos nas estatais, foi o gatilho para o mercado financeiro repensar investimentos e reestruturação de dívidas do mercado de capitais. A atmosfera otimista se completa aliada ao fato do recém-eleito presidente da Câmara dos Deputados ter um perfil mais equilibrado, conciliador entre os partidos e com conhecimento da matéria financeira.
A visão dos segmentos no mercado é que o governo interino de Michel Temer tem condições de avançar com, inclusive, projetos impopulares como reforma fiscal e da Previdência. Estamos à espera da finalização do rito do impeachment, o que dará o carimbo necessário para que essas medidas saiam do papel. Essa é a senha que falta para que o fluxo de capitais volte com força para os mercados em geral em busca de surfar a nova onda de oportunidade combinada por gestão mais eficiente e conjuntura econômica global. Apenas aí poderemos dizer que estamos definitivamente fora dessa crise.
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