Com a compra do HSBC pelo Bradesco, a concentração bancária, que já era grande, aumentou consideravelmente, inclusive em um momento de retração de crédito pelo principal player nacional no segmento de crédito imobiliário. Hoje, temos os quatro maiores bancos concentram mais de 80% de todo o segmento. Isso é bom ou é ruim? Se olharmos pela óptica do segmento fortalecido e com capacidade de fazer frente aos investimentos necessários da parafernália regulatória, isso é bom, pois cada um desses players terá cada vez menos competição e eles ditarão, de certa maneira, as regras do jogo.
Por outro lado, o próprio tamanho atrapalha quem precisa de mais especialização, o que abre espaço para os bancos mais segmentados, que podem vir a auxiliar bastante a economia e, muitas vezes, trabalhar melhor e com mais profundidade as demandas dos empresários de nichos como o imobiliário, o do agronegócio e o de microempresas, dentre outros.
Chegou a hora de as autoridades monetárias, principalmente o FGC (Fundo Garantidor de Créditos), juntamente com outros órgãos como BNDES, repensarem o modelo dos bancos médios e pequenos.
Com a nova exigência de capital de risco de crédito para os bancos conforme o acordo de Basiléia, os bancos menores ficam numa situação muito difícil para atrair investidores.
Por que, então, não enquadrar a dívida subordinada no mesmo conceito de garantia do FGC, com limite de R$ 250 mil? Essa poderia vir a ser uma medida benéfica, com possibilidade de mais competitividade no setor, como foi o aumento do limite do Fundo de Crédito Garantidor para CDB e LCI, que acabou contribuindo bastante para a desconcentração bancária.
Nos dias atuais em que o crédito está restrito até para bons pagadores, repensar o modelo de alta concentração do setor poderia vir em boa hora, até porque os grandes bancos andam fase de restrição de crédito, o que penaliza os bons e maus pagadores, sem exceção.
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