Na semana passada, a Banco da China surpreendeu o mundo ao divulgar que está em plena fase de teste de uma criptomoeda soberana.
Batizada de Digital Renminbi, a moeda digital chinesa se iguala ao bitcoin, porém, de forma centralizada e com lastro na sua própria moeda.
Lembremo-nos que os primeiros casos do covid-19 foram registrados, no final do ano passado, na província chinesa de Wuhan, de onde se espalhou rapidamente para outras províncias do país asiático e, em uma onda gradual, para os demais continentes do planeta.
A China, todos sabemos, se reinventou economicamente em pouco mais de uma década. É, hoje, a segunda maior economia do mundo. Lidera o ranking mundial em número de habitantes.
A conjunção de econômica e populacional chinesa é fato crucial para a consolidação da Digital Renminbi. Se levarmos em conta o sucesso do país em quase todos os setores da atividade econômica, a criptomoeda da China poderá revolucionar no campo das moedas digitais.
No entanto, a questão é: qual a razão de o governo de Pequim anunciar a iniciativa em meio às incertezas financeiras, econômicas e sociais enfrentadas, sem exceção, pelos os países do mundo?
Nesta manhã, no momento em que eu começava a rascunhar este texto, o mundo registrava mais de 3.500.000 casos confirmados e quase 250 mil mortes de coronavírus.
Os preços do petróleo afundam. Empresas fecham as portas. Desemprego em efeito dominó. Instituições de ensino suspensas temporariamente.
Somente, péssimas notícias.
Não podemos esquecer que a Libra, criptomoeda idealizada e liderada pelo Facebook com utilização via do WhatsApp como meio de pagamento, foi combatida pelo meio político norte-americano, adiando indefinitivamente.
A vantagem competitiva dos chineses é perceber quando e como fazer buscar alternativas para desatá-los do dólar norte-americano e do euro.
O predomínio de uma moeda no comércio global estabelece poder econômico ao país detentor, criando uma dependência, por vezes nociva, no comércio e exchange internacional.
Uma economia para disputar ou dividir essa liderança somente ter também liderança regional in contest.
A China já preparou o terreno para uma moeda digital ao proibir criptomoedas de transacionar em seu território. Paralelamente, criou o aplicativo de mensagens Wechat. Hoje, mais da metade da população chinesa usa a plataforma como meio de pagamento.
Assim já fez todo o caminho para transformar a sua moeda em uma moeda global; também, com certeza, irá disputar à hegemonia dos Estados Unidos
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